Maior ídolo da história do América-RN, Souza está prestes a encarar mais um desafio em sua vitoriosa carreira. E desta vez não será dentro dos gramados, onde conquistou títulos, acessos e defendeu grandes equipes do futebol brasileiro, como Corinthians, São Paulo, Athletico-PR e Flamengo, além da seleção brasileira. Será nas urnas.
No dia 30 de outubro, Souza vai disputar a reeleição à presidência do América - a chapa concorrente deve ser encabeçada pelo ex-presidente Hermano Morais. Em 2021, quando o ex-jogador assumiu o clube, o cenário era de terra arrasada. À época, o eterno camisa 10 atendeu o pedido da torcida e do Conselho Deliberativo, foi aclamado e iniciou o desafio como presidente.
Ao chegar para comandar o clube do coração, Souza e sua diretoria encontraram todas as adversidades possíveis: estrutura do CT Abílio Medeiros sucateada, campos de base sem condição de uso e um caos administrativo.
Passados quase dois anos de gestão, Souza garantiu neste período a reforma do CT, novos campos de base, alojamentos, a criação da marca própria do América e novas lojas. Nas arquibancadas, públicos recordes nunca registrados antes.
- Nossa intenção sempre foi trazer o torcedor de volta, tornar isso mais acessível diante das dificuldades econômicas - lembra.
Nesta primeira gestão, o América conquistou o vice-campeonato potiguar em 2022, o título do Campeonato Brasileiro da Série D no mesmo ano e do estadual de 2023, com vagas asseguradas para a Copa do Nordeste e Copa do Brasil de 2024. A volta para a Série D não estava nos planos, obviamente, e Souza já havia afirmado que não seria legal entregar o clube nesta condição, sendo este também um dos motivos para tentar a reeleição.
Com o clube mais organizado e com passivos equilibrados nos últimos dois anos, o América passou a despertar o interesse de investidores para a formatação de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
Na última quarta-feira, após quase cinco meses de análises, auditorias, burocracias e aprovações do Conselho Deliberativo Alvirrubro, a SAF foi assinada.
Confira abaixo a entrevista de Souza ao ge:
ge: Como você o movimento de oposição à sua gestão que lançou chapa para concorrer à eleição?
Souza: Vejo como normal. Faz parte do processo democrático. Assumi o clube porque a torcida e todos me pediram, era unanimidade. Joguei de graça pelo América quando voltei em 2006, deixei o Atlético-MG devolvendo dinheiro para voltar e ajudar na luta contra o rebaixamento em 2008. Acredito que minha história no clube fala por si só.
ge: Quais seus planos para os próximos dois anos, caso reeleito?
Souza: Estamos trabalhando propostas viáveis para os próximos dois anos. Não espere de mim nenhum tipo de campanha com agressão, insinuações e muito menos acusações. Fizemos muita coisa boa enquanto ninguém queria assumir o clube. Hoje o América tem uma outra realidade. Foi porque saneamos a gestão, organizamos tudo e deixamos em condição melhorar a saúde do clube como uma empresa deve ser.
O primeiro passo começamos agora mesmo antes da eleição é com o futsal e, nos próximos dias, estaremos com todas as certidões organizadas, fato inédito. O América precisa voltar a ser forte na base e reativar outras modalidades que fizeram parte da história. O futsal é uma delas. A sede é outro ponto de atenção. Vamos fazer uma reformulação agora que, através das receitas próprias, poderemos ter um equipamentos como um bar temático do clube e um museu organizado que conte a história do América.
ge: Como foi a questão do rebaixamento e como será o planejamento para 2024?
Souza: Aconteceu uma situação que ninguém queria. Mas nosso planejamento para 2024 já começou após a partida diante do Floresta. Estas últimas semanas foram de muito trabalho administrativo para concluir a documentação que cabia ao clube. Paralelo a isso todos estão já inseridos nas novas do CT, Arena, Material esportivo, executivo e técnico para o América iniciar uma boa pré-temporada em novembro vivendo outra realidade.
ge: Com o América sendo uma SAF, qual será o relacionamento com os gestores da Hipe?
Souza: Como sempre foi. Profissional. América e Hipe são sócios. Devemos estar atentos, cobrar, fiscalizar, participar e também cumprir nossa parte. É como penso que deve ser a relação entre sócios.
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