"Era para ajudar em casa", explica.
Naquela época, Flávio ainda nem sequer sonhava com o futuro no futebol. Cinco anos depois, o atacante desponta como joia do Sport e com o primeiro gol marcado pelo profissional - na vitória sobre o Vera Cruz, pelo Pernambucano.
Flávio cresceu sob os cuidados da mãe, Iva Rodrigues de Oliveira, e entre outros três irmãos - sendo dois mais novos e um mais velho. Aos 15 anos, começou a trabalhar para ajudar a família em casa e também para buscar independência financeira. Queria poder bancar as próprias coisas.
"Meu pai separou da minha mãe e não deixou de ajudar, mas eu precisava ajudar em casa. Minha mãe não tinha condições. Então desde novo, eu me virava." — lembra Flávio.
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Flávio conta que teve o pai presente. Edmar Barbosa de Souza, inclusive, foi um dos incentivadores do atacante no futebol. O menino, então, largou o trabalho na pizzaria e passou a correr atrás do sonho como atleta.
- Todo mundo sempre falou: "Vai atrás de alguma coisa, procura." Eu não levava a sério. Mas de uma hora para outra, saí para a escolinha - lembra.
Flávio começou no futebol de forma tardia, entre os 16 e 17 anos de idade. Passou por equipes do Espírito Santo, fez avaliação no Santos, defendeu o Audax e ainda atuou na base do Atlético-GO, quando sofreu uma fratura na fíbula.
"Era ruim porque às vezes ficava longe de casa. Minha mãe e meu irmão falavam que estavam com saudades. Batia uma tristeza. Mas era para uma vida melhor para eles."
A persistência teve resultado. Flávio disputou uma temporada pelo União Almeirim, em Portugal, e ainda defendeu o Nacional-SP antes de chamar a atenção do Sport. Fez 12 partidas na base e logo na sequência subiu ao profissional, atendendo ao pedido do técnico Gustavo Florentín. O paraguaio terminou se tornando um mentor.
- Ele pega muito no pé, porque sabe que a gente precisa aprender. Ele me diz para ficar tranquilo, não ter afobação, não se desesperar. É o que ele mais me fala: ter calma.
Flávio carrega o discurso consigo na Ilha do Retiro. Calça as chuteiras nos cantos do vestiário e aproveita os momentos sozinho para pensar, assim como o fazia cinco anos atrás - na cozinha do restaurante. Agora, aos 20 anos, prepara-se sabendo que o tempo no profissional tem peso para definir o próprio futuro. E o prata da casa sabe que ainda tem muito a conquistar.
"Tem menino que fica 10 anos esperando um momento desse, então me sinto privilegiado. Tenho a motivação de realizar um sonho. De chegar a lugares que nunca imaginei. É o que eu sempre quis. "
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