Redução para 12 participantes, disputa de turno único em pontos corridos para definir semifinais e adeus aos estaduais. Essas são as principais mudanças que os clubes cogitam para a Copa do Nordeste e estudam pôr em prática a partir de 2018. Eles se reuniram recentemente no Recife e firmaram o compromisso de brigar contra o prejuízo financeiro e, sobretudo, o desgaste gerado pelo atual calendário.
Na linha de frente, estão Bahia, Vitória, Sport, Santa Cruz, Náutico, Ceará e Fortaleza.
O Sport é um dos que assumiu a liderança no assunto.
No encontro realizado na capital pernambucana, o time da Ilha do Retiro apresentou estudo que mostra ter percorrido mais de 40 mil km em todo o último Brasileiro. O Goiás, o segundo que mais viajou, acumulou 18 mil km na competição.
Esses desgaste é agravado por um cenário comum a todos: a maioria chega hoje com mais de 20 jogos ao final de abril.
Por isso, um dos objetivos é deixar de disputar os campeonatos locais com o passar do tempo. A princípio, existem empecilhos nesse sentido.
Primeiramente, a briga com a federações, que, inclusive, se encontraram nesta segunda-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, com essa pauta. Depois, os contratos de TV ainda em vigência dos estaduais - na Bahia, ele se encerra em 2020, enquanto que no Ceará e em Pernambuco, em 2018, por exemplo. E, por fim, o receio de que parte dos clubes recue por pressão nos bastidores.
Para aliviar o calendário e valorizar o seu principal produto, a proposta ainda inicial que se encontra na mesa é a seguinte: 12 clubes se enfrentando em turno único, semifinais e final.
O cálculo é de que o número de partidas sem os estaduais nos primeiros meses do ano seria derrubado praticamente pela metade.
Com acordos televisivos ainda a serem cumpridos, uma alternativa para os dissidentes seria deixar de disputá-los com seus times principais. Entre outros motivos, porque a carga de pressão por vaga nos campeonatos locais seria reduzida.
Conforme mostrado anteriormente pelo ESPN.com.br, o novo formato do Nordestão teria também como novidade a criação das Séries A e B.
Em sua primeira temporada, a Série A teria os seus participantes escolhidos a partir do ranking da CBF. Na B, que poderia vir a ser subsidiada com receita da elite, os estaduais serviriam como critério para acesso a cada ano. Seria uma reviravolta para as federações, que perderiam força.
O discurso dos clubes é de que o Nordestão não pertence a elas, portanto, não existe motivo para temer um mal-estar.
As filiadas da CBF defendem que o formato ideal com 16 clubes teria os nove campeões estaduais e os sete melhores do ranking de cada federação e não da CBF. A fase de grupos também passaria a ter três partidas em vez de seis. "Até apoio que a Copa do Nordeste possa ter menos times, porém, com o estadual como critério técnico", afirma Ednaldo Rodrigues, da federação baiana.
Santa Cruz e Campinense-PE iniciam a decisão da Copa do Nordeste nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), no Arruda.
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