Após alguns adiamentos, a Medida Provisória do Futebol avançou no Congresso.
O texto, que prevê o refinanciamento das dívidas dos clubes mediante contrapartidas, foi aprovado nesta quinta-feira (25) em comissão na Câmara e agora depende da anuência do plenário da Casa e do Senado para virar lei.
A MP precisa ser votada e aprovada até o dia 17 de julho, senão perde validade.
O texto passou na comissão após manobra dos deputados que defendem a MP. Depois de quatro adiamentos por falta de quórum, a sessão aconteceu de manhã, quando boa parte dos parlamentares ligados à CBF e aos clubes não estava na Câmara.
"Conseguimos aprovar. Agora vamos ver como será no plenário", disse o relator, Otávio Leite (PSDB-RJ).
A aprovação foi comemorada pelo Bom Senso, movimento formado por jogadores. E criticada por CBF e pela grande maioria dos clubes.
"O relatório, da forma como está, é grande conquista, talvez a maior. Agora temos que lutar para mantê-lo. Que seja aprovado definitivamente", disse o advogado do Bom Senso, Fernando Baptista.
O texto que vai a plenário não inclui nenhum ponto proposto por CBF e clubes. "A MP é uma tragédia do começo ao fim. Os clubes não vão aderir, e ela vai ficar inócua", diz Lásaro da Cunha, diretor jurídico do Atlético-MG e um dos principais críticos da MP.
Caso vire lei, os clubes poderão aderir ou não ao refinanciamento. Estima-se que a dívida das agremiações esteja em torno de R$ 4 bilhões.
Apesar dessa derrota, a bancada da bola ainda ganhou um aliado de última hora. Próximo de Eurico Miranda (o presidente do Vasco é contrário à MP), o senador Romário (PSB-RJ) anunciou que vai votar contra a MP.
"Meu voto seria sim, mas não posso concordar com um texto que prevê sanções aos clubes que não honrarem o pagamento, mas não tem sanção à entidade maior que deverá aplicar as medidas, que é a CBF", postou em redes sociais.
REAÇÃO
Deputados da bancada da bola pediram ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que cancele a votação. Também reclamaram ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve uma conversa dura com o senador Sérgio Petecão (PSD-AC).
Caso a votação seja mantida, eles tentarão mudar o texto no plenário da Câmara. Alguns pontos questionados são o da limitação de 70% do uso da receita bruta para salários do departamento profissional e a necessidade de auditagens regulares.
Caso tenha insucesso, a bancada ameaça barrar a votação da MP até ela expirar e perder a sua validade.
Da Folha de São Paulo
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