12 de jun. de 2015

8 dos 12 estádios da Copa têm prejuízo; rombo ultrapassa R$ 126 milhões

Passado exatamente um um ano da abertura da Copa do Mundo no Brasil, os estádios, anunciados como o principal legado esportivo para o país, se tornaram uma dor de cabeça para clubes, governos e concessionárias.
Oito dos 12 estádios construídos ou reformados para o Mundial são deficitários. Acumularam em 2014 prejuízo superior a R$ 126 milhões.
Levantamento feito pela Folha aponta que Arena da Baixada (PR), Arena Pernambuco, Arena Pantanal (MT), Maracanã, Fonte Nova (BA), Mané Garrincha (DF), Arena da Amazônia e Castelão (CE) fecharam o ano de 2014 no vermelho. E todos continuam com dificuldades para se viabilizar financeiramente.
Só tiveram lucro Mineirão, Beira-Rio, Arena das Dunas e Itaquerão --este último, porém, não começou a ser pago.
A situação mais crítica é a do Maracanã, que teve R$ 77,2 milhões de prejuízo em 2014 --no ano anterior, primeira temporada após a reforma, o rombo foi de R$ 48,3 milhões.
Segundo especialistas, uma equação envolvendo a baixa qualidade dos jogos, os horários das partidas (muitas vezes, às 22h) e o alto custo de operação dos equipamentos modernos dos estádios explica esse deficit. No Estadual do Rio de 2014, o prejuízo do Maracanã foi de R$ 6 milhões.
"A viabilidade das arenas depende da qualidade do espetáculo que queremos no Brasil", afirma Denio Cidreira, diretor da Odebrecht Properties, empresa que participa da gestão do Maracanã e também da Fonte Nova e Arena Pernambuco, outros dois estádios deficitários da Copa.
Nessas circunstâncias, a administração do Maracanã busca recursos por meio de ações não diretamente relacionadas ao futebol. Além de fechar setores do estádio em jogos com menor expectativa de público, são realizados eventos infantis, confraternizações etc.
Se o problema do Maracanã é a qualidade das partidas, em outros estádios o cenário é ainda pior. Arenas de Cuiabá, Brasília e Manaus tentam sobreviver sem uma agenda de jogos garantidos.
O Mané Garrincha, cuja construção exigiu mais de R$ 1 bilhão, tem custo mensal de R$ 600 mil, bancado pelo governo do Distrito Federal, e prejuízo anual de R$ 3,6 milhões. As principais rendas vêm especialmente de jogos de clubes do Rio e São Paulo, quando esses times aceitam transferir as partidas para lá.
"O elefante está na sala, agora precisamos pintá-lo", diz o secretário de Turismo do Distrito Federal, Jaime Recena, sobre o Mané Garrincha.
O Castelão, em Fortaleza, consome mensalmente R$ 1,1 milhão com operação, manutenção e administração. A Luarenas, gestora do estádio, diz que fechou 2014 com prejuízo, mas não divulga valor --daí ser possível dizer que o prejuízo total dos oito estádios supera R$ 126 milhões.
O número de estádios com prejuízo poderia chegar a nove não fosse o fato de a Arena das Dunas ter incluído no seu balanço R$ 105 milhões destinados ao pagamento do financiamento para a construção do estádio, segundo a OAS, gestora do estádio.
Este dinheiro não veio de receitas da arena, mas serviu para fazer com que o balanço apontasse um resultado positivo de R$ 20 milhões.

Da Folha de São Paulo
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