A torcida do América lotou o estádio de Parnamirim dias atrás para um simples treino. Simples para mim, para você que não torce pelo América. Foi o samba da volta em vermelho, o reencontro depois de um final de temporada de lamento e a demonstração de que o povo está onde o coração manda.
Que exemplo deram os americanos a sair de casa no meio de semana, no meio da tarde, para ver o time ainda em formação, enfrentar a seleção dos atletas desempregados treinando para manter a forma e voltar a jogar (bela iniciativa, aliás), sem as principais atrações disponíveis.
Um ano largando com críticas, desconfianças, comentários jocosos, briguinhas internas desnecessárias, clima pesado de nuvens tenebrosas de Cumulus Nimbus, de maus presságios em latim torto. Um treino redundante que acabou na confirmação do verso e do verbo querer. Sofrer para gostar mais sem masoquismo, por fidelidade apaixonada e inspiradora.
Cascata, por exemplo, valeria a viagem a Indochina nos tempos de futebol parco de hoje. Cascata é uma exceção à média medíocre e um caso a ser estudado pelos especialistas do Fantástico. Cascata consegue desafiar a Medicina com seus joelhos esmigalhados. Sobra-lhe inteligência e malandragem para fazer em um quarto de tempo o que a canalha não consegue em 200 campeonatos.
Apenas com o básico, o bagaço da laranja e ponto, o América atraiu sua torcida saudosa e apaixonada. O futebol, ainda que massacrado por vampiros e negocistas, é capaz de fazer o sacrifício amplificar o sentimento. Os americanos sofriam de saudade do América e foram dizer que estão prontos, como soldados de fuzil, coturnos e mochilão, para as batalhas difíceis a seguir.
O América foi rebaixado no Campeonato Brasileiro e promovido nas cordas coronárias de sua gente. Gente que seguiu de carro, de ônibus, de alternativo e de bicicleta. Parnamirim é a terra campeã de bicicleta per capita do mundo.
Estava lá a massa, espremida no alambrado, debatendo nos degraus da pequena arquibancada, aplaudindo jogadas banais, gritando nos gols, vibrando em alguns lances bonitos e de efeito. O América não ressurgiu. O América provou que jamais morrerá enquanto existir uma torcida tão apaixonada, tão ardente e tão amante.
É maravilhosa e pouco tocada a canção de Milton Nascimento em tom de interrogação contemplativa. Será que isso quer dizer amor? No caso do América, é infinito nem que a morte separe bandeira e corpo.
Que exemplo deram os americanos a sair de casa no meio de semana, no meio da tarde, para ver o time ainda em formação, enfrentar a seleção dos atletas desempregados treinando para manter a forma e voltar a jogar (bela iniciativa, aliás), sem as principais atrações disponíveis.
Um ano largando com críticas, desconfianças, comentários jocosos, briguinhas internas desnecessárias, clima pesado de nuvens tenebrosas de Cumulus Nimbus, de maus presságios em latim torto. Um treino redundante que acabou na confirmação do verso e do verbo querer. Sofrer para gostar mais sem masoquismo, por fidelidade apaixonada e inspiradora.
Cascata, por exemplo, valeria a viagem a Indochina nos tempos de futebol parco de hoje. Cascata é uma exceção à média medíocre e um caso a ser estudado pelos especialistas do Fantástico. Cascata consegue desafiar a Medicina com seus joelhos esmigalhados. Sobra-lhe inteligência e malandragem para fazer em um quarto de tempo o que a canalha não consegue em 200 campeonatos.
Apenas com o básico, o bagaço da laranja e ponto, o América atraiu sua torcida saudosa e apaixonada. O futebol, ainda que massacrado por vampiros e negocistas, é capaz de fazer o sacrifício amplificar o sentimento. Os americanos sofriam de saudade do América e foram dizer que estão prontos, como soldados de fuzil, coturnos e mochilão, para as batalhas difíceis a seguir.
O América foi rebaixado no Campeonato Brasileiro e promovido nas cordas coronárias de sua gente. Gente que seguiu de carro, de ônibus, de alternativo e de bicicleta. Parnamirim é a terra campeã de bicicleta per capita do mundo.
Estava lá a massa, espremida no alambrado, debatendo nos degraus da pequena arquibancada, aplaudindo jogadas banais, gritando nos gols, vibrando em alguns lances bonitos e de efeito. O América não ressurgiu. O América provou que jamais morrerá enquanto existir uma torcida tão apaixonada, tão ardente e tão amante.
É maravilhosa e pouco tocada a canção de Milton Nascimento em tom de interrogação contemplativa. Será que isso quer dizer amor? No caso do América, é infinito nem que a morte separe bandeira e corpo.
1 comentários:
ESSE É UM HOMEM, UM JORNALISTA, UM CRONISTA, UM POETA. TRANSPIRA CULTURA E INSPIRAÇÃO, POR MAIS PARADOXAL QUE SEJA, TRANSPIRA INSPIRAÇÃO. EIS RUBENS LEMOS FILHO. REFLEXO CRISTALINO DA EXTERIORIZAÇÃO E MATERIALIZAÇÃO DO PURO DNA NOS PRESENTEANDO, EM PERENE E NECESSÁRIA ABSTINÊNCIA DA COR DE SUA PREFERÊNCIA, PARA A LEGITIMIDADE DO SEU MISTER. EM NOME DO PAI, LEIA O FILHO E QUE, O ESPÍRITO SANTO CONTINUE A LHE ILUMINAR. ASSIM SEJA! ABRAÇO! FAMÍLIA GURGEL.
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