Matéria postada no Blog do Faraco, em 24/09/2014: A imprensa nacional descobriu neste momento da temporada que Santa Catarina pode ter cinco times na Série A do ano que vem. E estão todos muito espantados com essa possibilidade. Querem saber os porquês do sucesso do nosso futebol em nível nacional. E aí surgem teses e mais teses sobre o que teria ou o que está ocorrendo.
Algumas teses se encaixam a realidade e outras não chegam nem próximas daquilo que é o nosso cenário atual. Além de viver a cobertura diária do futebol estadual há pelo menos 10 anos, conversei com algumas pessoas que trabalham este futebol local pra tentar entender.
Méritos individuais
Em primeiro lugar é preciso descartar a tese de que existe uma organização central comandada pela Associação de Clubes e pela Federação Catarinense de Futebol. Não é isso que faz crescer atualmente nosso futebol. A Federação é organizada e a Associação trouxe melhoras importantes, mas não são elas que impulsionam os clubes no cenário local. O que precisa ser entendido é que cada clube tem seu mérito individual e cresceu pelas próprias pernas, batalhando recursos, orçamentos e desenvolvendo a parte estrutural a seu modo. O estado é dividido muito claramente em regiões com características totalmente diferentes entre cada uma delas. E cada uma dessas regiões tem seu clube forte, com apoio da indústria e do comércio locais e com torcida forte e bastante representativa. E a concorrência/rivalidade entre esses clubes/regiões/torcidas faz puxar um ao outro ano a ano. Pra deixar bem claro o que quero dizer, Santa Catarina não polariza como Rio Grande do Sul e Minas Gerais que giram em torno dos clubes da capital e o estado inteiro torce por Grêmio ou Inter/ Atlético-MG ou Cruzeiro.
Respeito do mercado
Outra questão que influencia é como os clubes catarinenses são vistos pelo mercado – atletas, dirigente, agentes, técnicos e profissionais em geral. O estado passou a ser uma espécie de segunda opção de mercado. Santa Catarina só ficaria atrás em termos de escolha dos profissionais que as grandes potencias do futebol nacional. Todos querem estar em clubes como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Fluminense, Atlético-MG, Inter, Grêmio, Cruzeiro que são as maiores forças do futebol brasileiro. Fora estes, o mercado catarinense passou a disputar por alguns atrativos com outros mercados, como o nordestino, numa espécie de segundo escalão. Os aspectos são organização, estrutura e pagamentos em dia. Três dos cinco clubes pagam rigorosamente em dia pra todos os profissionais, que são Criciúma, Joinville e Chapecoense. Os dois da capital perderam um pouco este status nos últimos anos, mas não deixaram de ter seus atrativos, como a própria cidade de Florianópolis.
Vínculos locais
Pra finalizar, o estado tem criado nos últimos anos uma espécie de mercado local, em que os profissionais criam vínculos com o futebol catarinense e isso gera comprometimento com os clubes e torcidas. Cito exemplos: os técnicos Argel, que já dirigiu quatro dos cinco grandes, e Gilmar Dal Pozzo, que deixou a Chapecoense e hoje está no Criciúma; os gerentes de futebol Júlio Rondinelli e Chico Lins, que tem circulado no mercado local. Além de criar raízes em Santa Catarina eles passam a respeitar mais a cultura local.
Méritos individuais
Em primeiro lugar é preciso descartar a tese de que existe uma organização central comandada pela Associação de Clubes e pela Federação Catarinense de Futebol. Não é isso que faz crescer atualmente nosso futebol. A Federação é organizada e a Associação trouxe melhoras importantes, mas não são elas que impulsionam os clubes no cenário local. O que precisa ser entendido é que cada clube tem seu mérito individual e cresceu pelas próprias pernas, batalhando recursos, orçamentos e desenvolvendo a parte estrutural a seu modo. O estado é dividido muito claramente em regiões com características totalmente diferentes entre cada uma delas. E cada uma dessas regiões tem seu clube forte, com apoio da indústria e do comércio locais e com torcida forte e bastante representativa. E a concorrência/rivalidade entre esses clubes/regiões/torcidas faz puxar um ao outro ano a ano. Pra deixar bem claro o que quero dizer, Santa Catarina não polariza como Rio Grande do Sul e Minas Gerais que giram em torno dos clubes da capital e o estado inteiro torce por Grêmio ou Inter/ Atlético-MG ou Cruzeiro.
Respeito do mercado
Outra questão que influencia é como os clubes catarinenses são vistos pelo mercado – atletas, dirigente, agentes, técnicos e profissionais em geral. O estado passou a ser uma espécie de segunda opção de mercado. Santa Catarina só ficaria atrás em termos de escolha dos profissionais que as grandes potencias do futebol nacional. Todos querem estar em clubes como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Fluminense, Atlético-MG, Inter, Grêmio, Cruzeiro que são as maiores forças do futebol brasileiro. Fora estes, o mercado catarinense passou a disputar por alguns atrativos com outros mercados, como o nordestino, numa espécie de segundo escalão. Os aspectos são organização, estrutura e pagamentos em dia. Três dos cinco clubes pagam rigorosamente em dia pra todos os profissionais, que são Criciúma, Joinville e Chapecoense. Os dois da capital perderam um pouco este status nos últimos anos, mas não deixaram de ter seus atrativos, como a própria cidade de Florianópolis.
Vínculos locais
Pra finalizar, o estado tem criado nos últimos anos uma espécie de mercado local, em que os profissionais criam vínculos com o futebol catarinense e isso gera comprometimento com os clubes e torcidas. Cito exemplos: os técnicos Argel, que já dirigiu quatro dos cinco grandes, e Gilmar Dal Pozzo, que deixou a Chapecoense e hoje está no Criciúma; os gerentes de futebol Júlio Rondinelli e Chico Lins, que tem circulado no mercado local. Além de criar raízes em Santa Catarina eles passam a respeitar mais a cultura local.
1 comentários:
O sucesso do futebol Catarinense também passa pela postura profissional dos seus dirigentes. Ano passado o Figueirense subiu para série A graças a vitória na última rodada do time do Joinvile sobre o Ceará em Fortaleza por 0 x 3, ou seja, o futebol tratado com profissionalismo, não o que a diretoria do ABC fez esse ano, entregando o jogo ao time do Bragantino para rebaixar o América. Benefecia o Estado de São Paulo e enfraquece o RN que já tem dificuldades, junto a CBF. Com essa postura, não iremos chegar a lugar nenhum. Pobre mentalidade dos nossos dirigentes.
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