Com o desfecho da 3ª fase da Copa do Brasil, o segundo torneio mais relevante do país, o nosso Mecão conquistou um importante espaço no cenário nacional. Sendo mais exato, avançou, com muita bravura, às Oitavas desse empolgante mata-mata. O RN está vivo. O Nordeste pulsa ainda mais firme!
Sou um imorredouro alvirrubro. Apoiador inconteste. Torcedor de rádio à pilha. Comprador de amendoim e tangerina no finado e saudoso João Machado. Expectador da velha e boa preliminar. Eu me orgulho dessas cores que embelezam minha cidade e que movem povos. Ser torcedor do América Futebol Clube me faz acordar mais boleiro. Mais ansioso para a rodada seguinte. Me faz ser supersticioso com as cores que visto. Ser sócio-torcedor me faz compreender o papel importante que exerço perante meu Clube de coração. Ser filho dessa nação vitoriosa é ser feliz. Digo isso, aliás, num tom consideravelmente provocativo, pois é importante a valorização ao que é da terra. Nós, nordestinos, precisamos viver o Futebol daqui. É jogo sério, apaixonante e digno de respeito dessa nação.
Transmito ao torcedor potiguar a importância positiva que carrega o América ao chegar às Oitavas. É um feito sem tamanho! É um presente ao Nordeste. Dentro do Futebol, defendo veementemente a torcida ao time local. Todo bom torcedor está umbilicalmente ligado ao seu nascedouro. À sua terra! Eu me apego às origens de que venho e torço pela expansão desse pensamento.
No jogo jogado, pois foi como alcançamos o êxito, nosso Esquadrão deu uma aula de superação. Mostrou o resultado da garra aliada à entrega em campo. Não tenho dúvidas de que o Nordeste vibrou conosco. Na partida de ida (06/agosto), colocamos 20 mil pessoas a mais que o Fluminense pôs no jogo de volta, deixando clara a paixão norte-riograndense pelo Futebol. Minha esperança é de que lotemos, em iguais proporções, jogos contra Ponte Preta, Paraná, Oeste e todos os seguintes, pois cada jogo é um degrau importante rumo à ascensão que esperamos no ano do Centenário.
O Fluminense, ressalte-se, é um dos maiores clubes desse país. Em seu atual plantel, jogadores de currículo invejoso: Fred (queiramos ou não), Conca, Cícero, Carlinhos, Wagner, Sóbis, Walter, Bruno, Cavallieri, Gum e Chiquinho... Em sua história, lendas como Rivelino – dono de umas das canhotas mais conhecidas do mundo -, Assis e Washington (que, juntos, compunham o mítico Casal 20), Super Ézio, Thiago Silva (queiramos ou não, considerado um dos maiores defensores da atualidade) e infinitos outros grandes jogadores.
Já vi algumas viradas marcantes. Memoráveis reviravoltas. Ainda assim, nação alvirrubra, o que vimos há pouco tempo foi algo inolvidável. Inigualavelmente mágico! O Maracanã, estádio que consigo leva o nome do pernambucano Mário Filho, um dos maiores nomes brasileiros da literatura e do jornalismo, abriu as cortinas para o espetáculo potiguar.
A euforia sentida naquele jogo, em termos de dimensão, certamente seria superior a um eventual título alvirrubro desse torneio. O Futebol tem dessas coisas. Façamos valer, então, o velho e infalível clichê: o Futebol é uma caixinha de surpresas! Não importa à nação alvirrubra quem o sorteio quer no nosso caminho: respeitaremos e duelaremos bravamente.
Entre amigos, durante a partida, comentei - e aqui reitero – que o Mineirazzo meio que me afastou de toda aquela ilusão futebolística que habita o coração do bom boleiro. Pecado perdoável, confesso não ter depositado esperanças na reversão do placar. É que aquela falta de compaixão alemã me fez refém, por alguns dias, de um comportamento imensamente racional. A admirável audácia alemã me prendeu à lógica da coisa, à sequência natural dos fatos.
E isso, amigos, não está na regra do Futebol, que, quando quer, joga contra todas as expectativas. Quando quer, o Futebol ressuscita o time desacreditado. Faz reerguer o jogador caído. Dilata as traves. Encurta os espaços. Encoraja os onze homens que lutam pelo mesmo ideal. Que defendem uma nação que neles confia. E ontem foi exatamente isso o que aconteceu. Os Deuses do Futebol lá estavam. Talvez, vai saber, os alemães deixaram para aqueles onze alvirrubros o dever de cumprir, com o devido esmero, a página de um novo Maracanazzo. Cinco tentos. Onze guerreiros. Uma história. Para sempre América Futebol Clube.
3 comentários:
Este resultado do América é para ficar na memória. Do gigante maracanã, que assistiu a um time menor, vencer um gigante. Para o Fluminense, que vai lembrar que não se entrar com jogo já ganho. E pra nós, torcedores americanos, e todo o RN, que temos um clube do qual nos orgulhar! Parabéns mecão!
Foi magico o que aconteceu.
Texto perfeito!
Parabéns Matheus!
Maciel
CONSELHEIRO
Postar um comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.