A decência resiste, solitária. O choro desesperado de cachoeira do zagueiro Luiz Alberto, do Atlético (PR), representou o grito da dignidade no caos da selvageria onde já se fez arte derramada em glórias pelo futebol por plasticidade de um tempo mágico no Brasil. Luiz Alberto, em prantos, nem era o jogador de futebol. Havia na sua angústia o ser humano nos seus componentes básicos: o pai, o marido, o irmão, o filho.
Avestruzes dos dias seguintes às catástrofes provocadas pela irresponsabilidade no Brasil merecem tratamento penal. O que ocorreu no jogo do Atlético Paranaense de Luiz Alberto contra o Vasco em Joinville vem adquirindo uma normalidade acintosa. Os holligans, os marginais uniformizados nos estádios, estão se aprimorando em seu cinismo e em sua ousadia pela falta de uma legislação específica para eles.
Será? O Código Penal Brasileiro é de 1940 e vem sendo modificado como se o país houvesse sido transposto em suas mazelas históricas para uma Suécia imaginária. Mas não retiraram o homicídio por enquanto do rol dos mais graves. As leis criadas, adequadas ou modificadas apresentam a tinta retórica de um humanismo falacioso, demagógico e segregador por não valer para policial morto por marginal.
O Brasil é o permissivo por conveniência e não existe nenhuma ação em benefício dos milhares de pagadores de impostos anônimos e sem folha corrida. Os parentes do zagueiro Luiz Alberto, por exemplo.
Toda regra é excludente e o renegado é o cidadão de bem. Tiram-lhe todos os direitos à defesa, enquanto aos bandidos são oferecidas bondades pinçadas de filosofia empoeirada de livro sobre ideologia carcomida. Aos marginais, tudo. Aos matadores menores de idade, a complacência perversa, aos policiais, a vigilância de entidades de pilantropia.
Aos de torcida organizada voltados à baderna e ao crime, falácia sempre que a mídia abre espaço para um caso de grande repercussão e o esquecimento de cumplicidade indireta que gera a transformação dos homens, mulheres e crianças sem ligação com facções marginais, em idiotas refugiados em casa.
Estão matando, mas os mortos (ainda) fazem parte das Séries X, Y ou Z do Campeomato Social. São pobres e pobre chora morte de pobre. A barbárie provocada por fascistas seguindo regras de organizações mafiosas vem empilhando cadáveres nos entornos dos estádios, ginásios e nos bairros suburbanos.
Em Joinville, proibiram a presença da Polícia Militar dentro da Arena. A segurança foi privada. Uma decisão que deve ser levada à beira do túmulo do escritor Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, ainda esta semana. No Cemitério São João Batista, o maior do Rio de Janeiro.
É asneira campeã pela eternidade do Febeapá – o Festival de Besteiras que Assolavam o País inventado pela irreverência implacável de um dos melhores cronistas de sarcasmo e ironia do mundo. Bom demais, pelo estilo e o caráter, morreu cedo, em 1968. Os cabras ruins parecem virar raiz. Perdeu um repertório para 270 mil compêndios. Nem Primo Altamirando, um canalha incurável e estabelecido, criado por Stanislaw Ponte Preta, seria capaz da insensatez de proibir a PM no jogo.
Já ouvi de policiais militares experientes e integrantes de grupos de choque, depoimentos sobre a petulância dos criminosos das arquibancadas. Sempre apanham – muito -, nunca o suficiente e merecido, mas instigam, debocham e irritam os soldados.
Drogados, insistem em confrontar quem usa arma de fogo e farda, nunca respeitariam guarda particular. Foi uma falha cujo autor deve ser identificado e atingido por sanções cabíveis, se é que existem. Cúmulo da precipitação.
A imagem é o choro de Luiz Alberto. Ele chorou por cada brasileiro indignado. Luiz Alberto demonstrou vergonha na cara. Não é simplesmente boleiro. É o Bom Senso prático. No país da Copa do Mundo. Ele sofre pelo bem coletivo. Por saber que é tacanha a rima de esporte com morte.
Avestruzes dos dias seguintes às catástrofes provocadas pela irresponsabilidade no Brasil merecem tratamento penal. O que ocorreu no jogo do Atlético Paranaense de Luiz Alberto contra o Vasco em Joinville vem adquirindo uma normalidade acintosa. Os holligans, os marginais uniformizados nos estádios, estão se aprimorando em seu cinismo e em sua ousadia pela falta de uma legislação específica para eles.
Será? O Código Penal Brasileiro é de 1940 e vem sendo modificado como se o país houvesse sido transposto em suas mazelas históricas para uma Suécia imaginária. Mas não retiraram o homicídio por enquanto do rol dos mais graves. As leis criadas, adequadas ou modificadas apresentam a tinta retórica de um humanismo falacioso, demagógico e segregador por não valer para policial morto por marginal.
O Brasil é o permissivo por conveniência e não existe nenhuma ação em benefício dos milhares de pagadores de impostos anônimos e sem folha corrida. Os parentes do zagueiro Luiz Alberto, por exemplo.
Toda regra é excludente e o renegado é o cidadão de bem. Tiram-lhe todos os direitos à defesa, enquanto aos bandidos são oferecidas bondades pinçadas de filosofia empoeirada de livro sobre ideologia carcomida. Aos marginais, tudo. Aos matadores menores de idade, a complacência perversa, aos policiais, a vigilância de entidades de pilantropia.
Aos de torcida organizada voltados à baderna e ao crime, falácia sempre que a mídia abre espaço para um caso de grande repercussão e o esquecimento de cumplicidade indireta que gera a transformação dos homens, mulheres e crianças sem ligação com facções marginais, em idiotas refugiados em casa.
Estão matando, mas os mortos (ainda) fazem parte das Séries X, Y ou Z do Campeomato Social. São pobres e pobre chora morte de pobre. A barbárie provocada por fascistas seguindo regras de organizações mafiosas vem empilhando cadáveres nos entornos dos estádios, ginásios e nos bairros suburbanos.
Em Joinville, proibiram a presença da Polícia Militar dentro da Arena. A segurança foi privada. Uma decisão que deve ser levada à beira do túmulo do escritor Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, ainda esta semana. No Cemitério São João Batista, o maior do Rio de Janeiro.
É asneira campeã pela eternidade do Febeapá – o Festival de Besteiras que Assolavam o País inventado pela irreverência implacável de um dos melhores cronistas de sarcasmo e ironia do mundo. Bom demais, pelo estilo e o caráter, morreu cedo, em 1968. Os cabras ruins parecem virar raiz. Perdeu um repertório para 270 mil compêndios. Nem Primo Altamirando, um canalha incurável e estabelecido, criado por Stanislaw Ponte Preta, seria capaz da insensatez de proibir a PM no jogo.
Já ouvi de policiais militares experientes e integrantes de grupos de choque, depoimentos sobre a petulância dos criminosos das arquibancadas. Sempre apanham – muito -, nunca o suficiente e merecido, mas instigam, debocham e irritam os soldados.
Drogados, insistem em confrontar quem usa arma de fogo e farda, nunca respeitariam guarda particular. Foi uma falha cujo autor deve ser identificado e atingido por sanções cabíveis, se é que existem. Cúmulo da precipitação.
A imagem é o choro de Luiz Alberto. Ele chorou por cada brasileiro indignado. Luiz Alberto demonstrou vergonha na cara. Não é simplesmente boleiro. É o Bom Senso prático. No país da Copa do Mundo. Ele sofre pelo bem coletivo. Por saber que é tacanha a rima de esporte com morte.
Por Rubens Lemos Filho
3 comentários:
NAO VAI DAR EM NADA A PERAI SO 3 JOGUINHO DE PUNIÇOES E A CABOU - LEMBRA DO CASO DO CURITIBA FOI PIOR ABRIGA FOI COM OS POLICIAIS - E BRASIL MINHA GENTE - SEMPRE VAI TER MAIS BRIGA
Parabéns Rubens L Filho, muita boa sua matéria, a indignação não é só de Luiz Alberto, não é também só sua, porém, de todos os brasileiros que trabalham, lutam pelo bem comum, como você bem citou, vamos continuar lutando por penas mais severas para estes bandidos que aproveitam o esporte para fazer tamanha barbare.
Parabéns Rubinho pela inteligente e brilhante matéria. O Brasil precisa e precisará sempre de opinião formada como a sua para abir os olhos dos incompetentes, como também daqueles que não querem enxergar ou que estão dormindo em berço esplêndido. Todo mundo está vendo que essa situação de vandalismo não pode continuar, não só nos estádios como em todo o país. Os poderes públicos constituídos têm que dar um basta nisso já, antes que seja tarde demais e os marginais tomem conta de tudo e instale o caos. Acho um um verdadeiro absurdo, um contra senso mesmo, se punir o Clube com tanto rigor - que menos culpa tem - com multas, mando de campo etc, ao invés de punir o bandido, que deveria ser excluído dos estádios para que as famílias e os verdadeiros torcedores pudessem continuar comparecendo e propiciar seu momento de lazer, e não, ter que se afastar com medo.
Postar um comentário
Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.