Você está animado com essa união do América em torno do seu nome?
Sinto-me
gratificado. Animado eu desejo que fiquemos todos nós com as vitórias
em 2014. A união do América eu vou perseguir para que ela continue
também na nossa administração, pois a vejo como fundamental para os
resultados do clube.
Como político, você acredita que essa falta de pleito no América é salutar?
O
América terá pleito, sim. A candidatura única não é escolha minha, mas
escolha dos eleitores. Sinto dos torcedores, conselheiros, sócios, ex-
presidentes esse desejo e quero agradecer a confiança que estou
recebendo de todos. Qual o político que n se sente feliz com consenso?
Para ser presidente do América é preciso ter um sobrenome forte?
Se
fosse assim, a escolha não seria em torno do meu sobrenome. Afinal, não
venho de família tradicional e tenho vínculo e amor pelo América por
herança de um homem simples e que foi durante toda sua vida apenas
torcedor: meu avô paterno, Aurino Cardoso de Carvalho.
Se não, por que o conselho deliberativo costuma fechar suas escolhas em cima de um universo bem limitado?
Quando
olho a galeria de ex-presidentes, não tenho essa visão de clube
fechado. Vejo uma galeria plural de homens dignos e que ao longo de suas
vidas dedicaram ao nosso clube muito trabalho e as vezes até
sacrifícios. Um clube a beira do centenário que já foi dirigido por 54
presidentes, não pode ser considerado como fechado. Esse é o meu
entendimento.
Gustavo acredita que essa atitude pode inibir o aparecimento de novas lideranças dentro do clube?
O
surgimento de novas lideranças é um processo que se fortalece com a
naturalidade. Renovar só por renovar, eu não entendo como salutar e
temos alguns exemplos que me fazem perceber que penso certo quando
afirmo isso. Eu buscarei a corrente mais jovem do conselho para
participar da nossa administração, mas o aparecimento da liderança deve
surgir de forma natural e nunca só por necessidade.
O fato de você ter sido escolhido para comandar o clube no ano do centenário, pode ser encarado como um prêmio?
Tenho
recebido esse apoio como prêmio. Sei o valor da instituição que irei
comandar para o futebol Brasileiro e fico feliz com a homenagem.
O
Gustavo Carvalho de antes sempre se mostrou adepto do futebol, dizia
que se pudesse aplicaria todo dinheiro na área. Hoje essa visão
modificou?
Tenho uma visão de que o América é noventa por cento
regido pelo futebol, hoje. Assim, basta aplicar a ele a racionalidade da
proporcionalidade.
Como o futuro presidente encara a construção da Arena do Dragão? Ela é realmente necessária?
Não
digo como necessária, mas hoje a vejo como um bom projeto irreversível
que terá o nosso apoio e receberá nossa maior atenção e carinho.
Você
conheceu o céu e o inferno como presidente do América. Isso vai
provocar alguma mudança em sua forma de administrar o clube?
Como conheci os dois, perseguirei todo dia me distanciar a passos largos do inferno. [Risos]
Da forma como você vai pegar o América, dá para prometer coisas boas aos torcedores?
Quero
elogiar o trabalho e a administração de Alex. Receberei um América
muito organizado como resultado de um trabalho dedicado e que deu ao
nosso clube uma visão empresarial de gestão. A profissionalização
acontecer com diretores não remunerados é muito mais louvável e digna de
aplausos. Parabéns a todo corpo diretivo da gestão atual, fico
esperando o apoio de todos para permanecermos com essa filosofia.
Por falar em torcedores, aquela série de protestos devido a campanha de 2007 na série A, deixou alguma marca em sua vida?
Naquele
momento lamentei a forma com que os protestos aconteceram, mas eles não
me deixaram marcas porque eles não foram reproduzidos pelo América e
sim por torcedores que não souberam, ao meu ver, equilibrar suas emoções
com as razões necessárias a todo administrador.
Pesando os erros e os acertos que foram cometidos em sua primeira administração. O que poderemos ver de diferente agora?
Uma maior descentralização da gestão e a busca da excelência com uma lupa no orçamento.
Pela perseguição que sofreu, você viu que não há gratidão no futebol. Gustavo ainda irá realizar promessas aos torcedores?
Confesso
não ter me sentido perseguido, mas sim incompreendido. Em relação a
gratidão, ela acontece no futebol, por exemplo, o momento de hoje é
gratificante pra mim. Já em relação ao torcedor, é muito natural que ela
só aconteça quando o seu time conquiste o pódio. Quando ascendemos da C
para B e da B para A, foram momentos gratificantes e inesquecíveis na
minha vida. Promessas não farei, mas esperanças não deixarei nem de
tê-las nem de reproduzi-las.
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