Pode ser técnico experiente, novato, caro, barato, retranqueiro, ofensivo, ultrapassado, inovador... Ninguém escapou do facão dos dirigentes neste início de temporada. Desde o dia 5 de janeiro, 120 técnicos de clubes das Séries A, B, C, D já perderam o emprego. Média de 1,5 demissão por dia. Tem time que já trocou de treinador três vezes em 2013, caso do Potyguar de Currais Novos (RN).
Para que os casos de profissionais que estão há mais de um ano no mesmo clube, como Tite (no Corinthians desde 2010), Muricy Ramalho (no Santos desde 2011) e Abel Braga (no Fluminense desde 2011) não se tornem cada vez mais raros, os treinadores estão se articulando para criar uma associação. O movimento é liderado pelo técnico do Náutico, Vagner Mancini, e conta com o apoio de nomes consagrados como Carlos Alberto Parreira e Felipão.
O primeiro encontro para discutir o assunto foi realizado na semana passada, no Rio, durante evento da Abex (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol). Uma próxima reunião está agendada para amanhã. “É preciso regulamentar e organizar a classe. Hoje um clube manda embora, não paga o treinador, contrata outro e a vida continua como se nada tivesse acontecido. Nós fazemos parte do espetáculo. Estamos todos os dias no campo e não recebemos direito de arena. Sabe por quê? Porque não somos organizados”, diz Mancini.
Uma das primeiras ações da nova associação será criar um código de ética. Segundo Mancini, o momento difícil da profissão não se dá apenas porque dirigentes preferem colocar toda a culpa de maus resultados nos treinadores a assumir seus erros. Muitas vezes, de acordo com Mancini, são os próprios treinadores os responsáveis pela demissão de um colega quando pedem que seus agentes entrem em contato com os clubes a cada derrota.
“Essa nova geração é mais amiga do que o pessoal do passado, mas tem cara que quer antecipar uma situação e já começa a pressionar um técnico.”
Os treinadores resolveram se mobilizar para criar uma entidade porque não veem representatividade na ABTF (Associação Brasileira de Treinadores de Futebol), fundada em 1975 por técnicos como Oto Glória, Oswaldo Brandão e Telê Santana. A crítica é que a organização atualmente limita a sua atividade a promover cursos. O primeiro-secretário e tesoureiro da ABTF, Rubens Viana, rebate as acusações. “O Felipão, quando foi trabalhar em Portugal, precisou de uma autorização e fomos nós que demos. O Parreira é palestrante dos nossos cursos. Não sei por qual motivos eles estão criando uma associação. Vou lembrá-los de que continuamos aqui.”
Os técnicos também atacam a atuação dos sindicatos dos treinadores. “A gente sofre por não ter um sindicato forte. Os atletas, por exemplo, têm um sindicato muito mais atuante do que o nosso”, afirma Mancini.
O Estado tentou contato desde quarta-feira com o presidente do Sindicato dos Treinadores de Futebol Profissional do Estado de São Paulo, Hélio José Maffia, mas ele não atendeu as ligações nem deu retorno aos recados deixados na caixa postal do seu celular.
APOIO E CAUTELA
O presidente da Abex, Ocimar Bolicenho, diz que está disposto a ajudar os treinadores a se organizarem, e vê a iniciativa como amadurecimento da classe. “Num primeiro momento os treinadores nos viram como invasores do território deles, mas agora já aceitaram a função do executivo e entenderam que viemos para ajudá-los e deixá-los preocupados apenas com o time.”
Reticente, Muricy Ramalho diz que o mais importante é fazer com que o trabalho dos treinadores não seja avaliado apenas por resultados imediatos.
“Infelizmente, é uma cultura errada do futebol brasileiro. Va i continuar difícil para qualquer treinador enquanto a mentalidade dos dirigentes não mudar. Só consigo me manter por períodos mais longos nos clubes porque venho conquistando títulos. Aqui no Santos, por exemplo, foram quatro em dois anos.”
Para que os casos de profissionais que estão há mais de um ano no mesmo clube, como Tite (no Corinthians desde 2010), Muricy Ramalho (no Santos desde 2011) e Abel Braga (no Fluminense desde 2011) não se tornem cada vez mais raros, os treinadores estão se articulando para criar uma associação. O movimento é liderado pelo técnico do Náutico, Vagner Mancini, e conta com o apoio de nomes consagrados como Carlos Alberto Parreira e Felipão.
O primeiro encontro para discutir o assunto foi realizado na semana passada, no Rio, durante evento da Abex (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol). Uma próxima reunião está agendada para amanhã. “É preciso regulamentar e organizar a classe. Hoje um clube manda embora, não paga o treinador, contrata outro e a vida continua como se nada tivesse acontecido. Nós fazemos parte do espetáculo. Estamos todos os dias no campo e não recebemos direito de arena. Sabe por quê? Porque não somos organizados”, diz Mancini.
Uma das primeiras ações da nova associação será criar um código de ética. Segundo Mancini, o momento difícil da profissão não se dá apenas porque dirigentes preferem colocar toda a culpa de maus resultados nos treinadores a assumir seus erros. Muitas vezes, de acordo com Mancini, são os próprios treinadores os responsáveis pela demissão de um colega quando pedem que seus agentes entrem em contato com os clubes a cada derrota.
“Essa nova geração é mais amiga do que o pessoal do passado, mas tem cara que quer antecipar uma situação e já começa a pressionar um técnico.”
Os treinadores resolveram se mobilizar para criar uma entidade porque não veem representatividade na ABTF (Associação Brasileira de Treinadores de Futebol), fundada em 1975 por técnicos como Oto Glória, Oswaldo Brandão e Telê Santana. A crítica é que a organização atualmente limita a sua atividade a promover cursos. O primeiro-secretário e tesoureiro da ABTF, Rubens Viana, rebate as acusações. “O Felipão, quando foi trabalhar em Portugal, precisou de uma autorização e fomos nós que demos. O Parreira é palestrante dos nossos cursos. Não sei por qual motivos eles estão criando uma associação. Vou lembrá-los de que continuamos aqui.”
Os técnicos também atacam a atuação dos sindicatos dos treinadores. “A gente sofre por não ter um sindicato forte. Os atletas, por exemplo, têm um sindicato muito mais atuante do que o nosso”, afirma Mancini.
O Estado tentou contato desde quarta-feira com o presidente do Sindicato dos Treinadores de Futebol Profissional do Estado de São Paulo, Hélio José Maffia, mas ele não atendeu as ligações nem deu retorno aos recados deixados na caixa postal do seu celular.
APOIO E CAUTELA
O presidente da Abex, Ocimar Bolicenho, diz que está disposto a ajudar os treinadores a se organizarem, e vê a iniciativa como amadurecimento da classe. “Num primeiro momento os treinadores nos viram como invasores do território deles, mas agora já aceitaram a função do executivo e entenderam que viemos para ajudá-los e deixá-los preocupados apenas com o time.”
Reticente, Muricy Ramalho diz que o mais importante é fazer com que o trabalho dos treinadores não seja avaliado apenas por resultados imediatos.
“Infelizmente, é uma cultura errada do futebol brasileiro. Va i continuar difícil para qualquer treinador enquanto a mentalidade dos dirigentes não mudar. Só consigo me manter por períodos mais longos nos clubes porque venho conquistando títulos. Aqui no Santos, por exemplo, foram quatro em dois anos.”
Do Estado de São Paulo
2 comentários:
Perda de tempo. Se os resultados não vierem sempre vai sobrar para o treinador e nunca para o plantel.
Eu morro de pena desses coitadinhos. Muitos ganham em um mês, mais do que um trabalhador ganha a vida inteira. Ainda querem reclamar?
Querem estabilidade de emprego?
Concordo, se eles resolverem equilatar os seus salários de acordo com a média do trabalhador do Brasi.
Fora isso, é só para ser mais um sugador dos clubes.
Antonio Jose
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