Além de colocar Ronaldo no Comitê Organizador da Copa, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, fez ontem um agrado aos executivos da Globo. E cedeu a uma ação milionária contra a entidade.
Inicialmente, o dirigente anunciou o inchaço da Copa do Brasil a partir de 2013.
Com o novo formato, a competição será disputada de março a novembro e ganhará mais 22 clubes, inclusive os que forem à Taça Libertadores, principal novidade.
A ampliação do período de disputa agrada ao Sportv, canal pago da Globo, que no próximo ano não terá mais o direito de transmitir a Libertadores e a Sul-Americana.
Na TV fechada, as duas competições serão transmitidas pela Fox Sports, emissora que deve começar a funcionar em fevereiro, no Rio.
A alteração não entrará já em vigor por causa do Estatuto do Torcedor, que impede mudanças de regulamento de um ano para o outro.
Sem os dois certames continentais, a Globo aposta na Copa do Brasil para exibir no decorrer da semana.
Principal executivo da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto compareceu ao evento, mas não deu declarações.
A outra mudança no calendário será o retorno da Copa do Nordeste, medida que já estava combinada havia um mês após reunião de Ricardo Teixeira e Campos Pinto, além de empresas de marketing esportivo, como a Klefer (promotora do últimos jogos da seleção no país), junto com as federações da região.
Por trás da volta do único regional considerado de sucesso no início do século (ainda houve Rio-São Paulo, Sul-Minas e Norte), existia um processo judicial que poderia causar um rombo de até R$ 38 milhões para a CBF.
Após acontecer em 2001 e 2002, a confederação extinguiu os regionais e deu mais datas para os Estaduais.
Organizadora do torneio, a Liga do Nordeste ingressou com ação indenizatória alegando quebra de contrato com a Globo e prejuízos por perda de patrocínios.
Depois de briga nos tribunais, uma série de recursos e derrota nas últimas instâncias, a CBF aceitou fazer acordo com a Liga, que previa a retomada da competição.
Também a partir de 2013, o "Nordestão" obrigará uma redução dos Estaduais da região (Maranhão e Piauí estão fora), com seus participantes entrando só na reta final.
A CBF já publicou até a fórmula de disputa, porém os cartolas locais dizem ainda não ter aceitado. E afirmam esperar até que o campeão ganhe vaga à Sul-Americana.
O setor jurídico da entidade teria ficado de ver a viabilidade com a Conmebol. A confederação não confirma.