Aumentou em 57% o endividamento dos clubes com a CBF em 2010. Ao final do ano passado, o total do débito dos times com a entidade somava R$ 36,1 milhões, contra R$ 23 milhões em 2009. Os dados são do balanço da confederação. Cruzadas com as contas dos clubes, as informações mostram o crescimento da dependência financeira das equipes em relação à entidade. Quase metade do dinheiro que a CBF tem para receber é dos clubes nacionais. No ano passado, pelo menos Vasco, Fluminense e Coritiba recorreram à entidade para pagar suas contas, segundo análise de 15 balanços de equipes da Série A. Há documentos de outros times que não detalham os débitos. A diretoria vascaína pegou R$ 8 milhões em empréstimo no final do ano passado para pagar salários. O clube diz ter quitado pendência anterior de R$ 3 milhões. Portanto só recebeu R$ 5 milhões.
A CBF ainda ajudou os campeões das Séries A e B. A dívida do Fluminense saltou de R$ 1,654 milhão para R$ 5,514 milhões. Mas o clube quitou R$ 3,2 milhões com a confederação em direitos antecipados de televisão. No caso do Coritiba, o débito chegou a R$ 3,8 milhões, quase o quádruplo do registrado ao final de 2009.
A confederação empresta dinheiro com condições parecidas com as do mercado. Ou seja, cobra juros similares aos dos bancos, em alguns casos, pouco mais baixos.
A assessoria da CBF informou que ajuda os clubes quando é solicitada. Mas não quis se pronunciar sobre detalhes das operações.
O aumento do apoio financeiro da confederação ocorreu em ano de disputa política pelo poder no Clube dos 13. A confederação e a Globo apoiaram Kléber Leite, derrotado contra Fábio Koff em pleito em abril de 2010. Mas a CBF deu dinheiro para as duas correntes. Vasco e Coritiba votaram a favor do candidato da CBF, o Fluminense, em Koff. O Flamengo, que também esteve com Koff, reduziu sua dívida com a entidade: de R$ 3,5 milhões para R$ 500 mil. Agora, no início deste ano, todos assinaram contratos individuais de TV com a Globo e ignoraram o C13.

Da Folha de São Paulo