8 de abr. de 2011

Entrevista de Clóvis Emídio

Depois de várias especulações a respeito de uma possível renúncia de Clóvis Emídio da presidência do América, ele garante novamente que só deixa o cargo se entender que está sendo prejudicial ao clube. Clóvis diz ainda que parte da imprensa é responsável por onda de boatos.
O noticiário do América nos últimos dias ficou praticamente restrito a possibilidade de renúncia do atual presidente, Clóvis Emídio. Os motivos citados eram de que o presidente estava cansado de tentar resolver os problemas financeiros que cercam o clube e isolado na administração entregaria o cargo. Não é de hoje que os problemas administrativos do América ganham destaque no noticiário. Desde que assumiu na renúncia do então presidente José Maria Figueiredo, Clóvis tem prometido mudanças estruturais. De fato modificou diversas estruturas. Criou departamentos que hoje caminham com vida própria, mas a dificuldade do calendário e o desempenho do time dentro de campo mudaram a perspectiva estabelecida para 2011.

Em entrevista exclusiva, O Jornal de Hoje ouviu o presidente do América, que abre o jogo sobre os últimos acontecimentos no clube, as possibilidades administrativas e o futuro do time no campeonato estadual e para as demais competições.

O JORNAL DE HOJE: Em algum momento foi discutida a possibilidade de você renunciar ao cargo?

CLÓVIS EMÍDIO: Em nenhum momento. Eu tenho absoluta certeza que o que gerou essa boataria de renúncia foi pura e simplesmente a derrota do ABC no Rio. Desvio de foco. Não procede de forma alguma. Eu já tive momentos mais propícios para renunciar, quando Zé Maria renunciou e eu resolvi ficar. Não fui votado e seria simples sair. Não passa pela minha cabeça abandonar o América. A não ser se eu me convencer que o melhor para o América é o meu afastamento. Ai sim, como eu já disse antes, sairia. Eu não insistiria se eu desse prejuízo ao América. Mas não estou convencido disso ainda.

JH: Mas essa possibilidade não foi sequer levantada?

CE: Eu me afastei quatro dias porque estou em atividades no interior. Minhas atividades profissionais diárias do Ministério do Trabalho. É natural que ao largo das dificuldades que nos cerca a gente se sinta ilhado. Em nenhum momento eu cheguei a imaginar que pudesse cortar o seguimento do mandato que vai até dezembro. Logicamente que nas reuniões a gente discute várias situações. Tenho que avaliar até que ponto minha permanência é benéfica ao clube. E tenho que ouvir meus diretores em relação a isso. Eu sou incapaz de tomar uma decisão sozinho. Mas hoje, eu não penso que minha saída seja a solução. Então eu devo seguir presidente até dezembro.

JH: Você acredita que internamente tem gente jogando contra?

CE: Eu não diria que tem gente jogando contra. Ninguém do conselho faz isso. Mas existe gente que é contrária a minha permanência. Mas isso é salutar, como qualquer oposição. Qualquer processo administrativo precisa de oposição. Tem gente que torce pela minha renúncia. Mas não acredito que as pessoas que estão juntas comigo pensem dessa forma. Como alguém vai se juntar a mim para ajudar o clube em um problema se é oposição? Os que estão juntos no processo de manter o América forte querem minha permanência.

JH: Você falou que o motivo de falarem da sua renúncia foi desvio de foco por causa da derrota do ABC. Não é muito pouco para falarem em renúncia sua? Para uma turbulência tão grande dentro do América?

CE: Há um desvio de foco natural por causa de parte da imprensa. E essa turbulência que você fala deriva exclusivamente da situação financeira que hoje o clube atravessa. A gente tem que ter equilíbrio e inteligência suficiente para vencer as dificuldades. Tem que ter entendimento. Eu não imagino que vou resolver as coisas do clube sozinho. Eu tive a garantia de vários setores do clube de que estaríamos juntos. Simplesmente meu objetivo é representar o interesse de milhares de pessoas e fazer o América funcionar. Os problemas financeiros existem, causam problemas e geram polêmicas.

JH: O jogador Djalma, em entrevista, citou que foi demitido, que não recebeu a rescisão e que estava sendo despejado. Procede alguma informação?

CE: Djalma não foi demitido. Me surpreendeu quando eu li sobre isso. Ele está sob os cuidados do departamento médico. Eu sou um aplicador da lei trabalhista e não faria isso no clube com um dos nossos jogadores. Não sei porque das quantas ele não entrou na folha do salário de fevereiro. Mas eu já mandei pagar. Mesmo assim, todas as rescisões estão encaminhadas e temos dez dias para pagar. Hoje é que estamos com sete dias e eu tenho até segunda para pagar. O América hoje está religiosamente em dia. Eu não sei o motivo de ficarem buscando chifre em cabeça de cavalo.

JH: Você citou que a imprensa desviou o foco para o América para não falar da derrota do ABC. Você acredita mesmo que há diferença de tratamento?

CE: Eu não tenho a menor dúvida. Tem gente que trabalha para plantar notícias negativas do América. Se a gente for fazer um levantamento do noticiário esportivo em relação a ABC e América chega a ser um absurdo. Todos os noticiários falam muito mais do ABC e praticamente sempre de forma positiva. Pra gente, só negatividade. E não me diga que é pela Série B, há anos atrás, quando o ABC estava sem série já era assim. Hoje a gente tem uma rádio AM que domina a audiência que é excessivamente Abcdista. Eu tive um desconforto de participar de um programa que eles transmitem no domingo. Eles lhe colocam em uma cabine, toda cercada de paredes impregnadas de pôsteres do ABC. Jamais me daria o desconforto de retornar lá. É falta de respeito. Eles têm uma arma em mãos que é o microfone. Eles me entrevistaram 50 minutos e depois tem quatro horas para me rebater, mas não fazem na hora.

JH: O América vai ter problemas com o calendário. São mais de 60 dias de inatividade. O que o clube pretende fazer nesse período?

CE: Isso já era previsível desde o rebaixamento. A gente tentou se cercar ao máximo para não interferir de forma efetiva. Esse sorteio do carro que a gente organizou é uma das ações para cobrir esse problema de dois meses de inatividade e que a gente vai continuar pagando salários sem receita alguma. A gente mais uma vez pede o apoio do torcedor. O que a gente projetou para o início da temporada não atendeu a expectativa. A gente imaginava um time no estadual capaz de um desempenho satisfatório e que os ajustes para a Série C fossem ocasionais. Com o fraco desempenho a gente teve que quebrar essa realidade. O projeto inicial era Dado Cavalcanti. Não veio resultado, e futebol é resultado. Tive que tomar atitudes que contrariava o projeto que eu fiz. Lá no jogo em Mossoró eu usei um jargão que não morreria abraçado com ninguém. E tomei a atitude de cortar o projeto. Tínhamos que reformular da origem. Infelizmente a política do clube requer resultados imediatos. O ideal seria elaborar um projeto alicerçado entre base e profissional pensando no futuro. Gastar o mesmo valor com profissionais e base. Pra fazer isso precisa ter suporte. É uma ideia que tenho, mas que hoje a gente não pode. Necessariamente a gente tem que pensar dessa forma e projetar o futuro, mas a pressão da torcida e da imprensa é grande para fazer um time competitivo pra ontem e o resultados acontecerem hoje.

* Fonte: Blog Fome de Gol, do jornalista Gabriel Negreiros
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9 comentários:

Anônimo disse...

Eu gosto da administração do nosso presidente, o considero um cara trabalhador, sério e acima de tudo Americano de coração...

Presidente Guerreiro!!

João Paiva.

Anônimo disse...

Torço muito por Clóvis Emídio, ele é um grande representante da nossa torcida. Espero que os cardeais americanos o apóiem e o ajudem no que for possível para que a instituição América ainda nos dê muitas alegrias, mesmo nesse ano.
Ass: Adriano

Anônimo disse...

Força Clóvis!
Fillipe A. Rodrigues

Anônimo disse...

Mas Sérgio, você não falou que a informação da possível renúncia partiu de dentro do América? Quem é que está querendo tumultuar o ambiente lá dentro? Isso tem que vir à tona!!
Thiago

Marcos Azevedo disse...

Não entendo como é que até a esta altura do ano, pleno mês de Abril, o América não tem um programa de sócio torcedor.

Reclamam tanto da falta de dinheiro e esta seria uma das princiupais fontes de dinheiro se existisse. Mas, como não existe...

É inexplicável isto, e é vergonhoso também!

Se concorrer ao sorteio do carro, fosse atrelado à adesão ao sócio torcedor, aí vocês iam ver a mutidão de novos sócios e de bilhetes do sorteio do carro, que seriam vendidos!

Anônimo disse...

escrevi um comentario que rendeu um tempo p escrever e vc nem coloca pq? n escrevi nada que degrenisse ninguem afora o tecnico ou eu tinha que falar q ele é um exelente treinador para vc colocar minha menssagem

fm

Sérgio Fraiman disse...

FM,

Vc coloca apenas as iniciais do seu nome, diz que o comentário denegria o técnico e ainda quer a liberação do comentário? Para colocar a sua opinião não é preciso denegrir a imagem de ninguém. Não é preciso tb elogiar. Vc é inteligente e tem como expor o seu pensamento sem atingir as pessoas. Combinado assim?
Um abraço,

Sérgio Fraiman

Valdy Freire disse...

Marcos Azevedo

Tenho impressão que qualquer programa que seja lançado neste momento, principalmente a longo prazo, corre o risco de fracassar. Se nem a um jogo que custa R$ 20,00 o torcedor está indo, imagine assumir o compromisso de aproximadamemte R$ 300,00.
No caso do sorteio do carro é diferente porque vai atingir, principalmente, a classe de poder aquisitivo maior.

Anônimo disse...

ok combinado....FM

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