Em maio de 2010, o presidente Lula prometeu que cada cidadão poderia acompanhar o destino de todo centavo gasto na Copa-2014 pela internet, "sentado no sofá, tomando o seu uísque".
Mas o portal criado para a fiscalização do Mundial tem informações com, em média, cinco meses de defasagem.
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., responsabiliza os Estados por não prestarem contas dos gastos. Para ele, estádios sem uso após a Copa são "problema local".
Mas o portal criado para a fiscalização do Mundial tem informações com, em média, cinco meses de defasagem.
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., responsabiliza os Estados por não prestarem contas dos gastos. Para ele, estádios sem uso após a Copa são "problema local".
Folha - O sr. entra enfraquecido após Dilma Rousseff cogitar nomes para o ministério?
Orlando Silva Jr. - É indiferente. É a presidente quem monta o governo. Quando meu partido sugeriu que continuássemos, tinha uma lógica. O Brasil tem compromissos internacionais com relacionamento direto com o Ministério do Esporte. Isso sensibilizou a presidente. Toda montagem de governo tem especulação. Não me sinto enfraquecido e tenho apoio do segmento esportivo.
Por que não é possível seguir cada centavo gasto na Copa?
A limitação da oferta de informação tem a ver com a limitação na alimentação desse sistema. Cidades e Estados têm de informar sobre os gastos deles e a verba transferida pelo governo federal. À medida que os projetos saiam do papel, os dados serão mais claros. Perto de 40 projetos foram contratados, só que o desembolso sai depois.
É possível recuperar os atrasos nas obras?
A hora da verdade é agora. 2011 é o ano-chave. Em 2009, a Fifa decidiu as cidades-sedes. Em 2010, foi a assinatura de contratos. O aeroporto é a novela que você conhece, com um plano de investimento, e espero que a Infraero cumpra os prazos.
Se não deslanchar em 2011, há risco de prejudicar a Copa?
Essa é a análise da Folha.
Não, é uma pergunta.
Prefiro ver pelo lado positivo. É como uma aeronave que já decolou e está na ascendente. Agora vai ter de andar mais rápido para que 2011 seja o nível de cruzeiro.
Como evitar que os gastos extrapolem o planejado?
Determinamos um teto de financiamento de R$ 400 milhões. Há estádios que custam mais porque têm mais lugares ou desenho arquitetônico de X, Y ou Z. É uma opção dos gestores, e recomendamos a capacidade mínima para evitar elefante branco. O dinheiro da União tem um teto. Se alguém crescer o valor, é um problema local.
Por que a situação dos aeroportos é hoje tão crítica?
Essa sensação de limite se deve ao crescimento da demanda do sistema. A Infraero tem trabalhado e precisa trabalhar mais para atender a demanda. O governo talvez possa pensar em mecanismos para aumentar a eficiência. Há um conjunto de órgãos que talvez possa ter mais sinergia, quem sabe uma autoridade aeroportuária. Estamos no limite, e a Infraero tem consciência disso.
Há chance de se reduzir o número de cidades-sedes?
A Fifa não precisava de 12 cidades. Foi o Brasil que argumentou que queria nacionalizar a Copa. O Brasil precisa honrar a confiança que a Fifa nos depositou, e isso vale para o governo federal e os Estados. Natal e São Paulo têm dificuldades. O prefeito Gilberto Kassab [de São Paulo] me deu todas as garantias, assim como a governadora do Rio Grande do Norte.
A abertura deve ser onde?
Quem decide é a Fifa. Isso repercute em algumas atividades de operação do governo, o que induz a nossa posição. São Paulo tem uma infraestrutura que nenhuma outra tem. Só tem uma deficiência: não tem estádio. O prefeito Kassab diz que vai ter. Espero que ele tenha razão. Mas ter três cidades disputando a abertura é bom.
Não é arriscado confiar num projeto que está no papel?
Essa pergunta é a Fifa que tem de responder.
Da Folha de São Paulo
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