Sob as rédeas da CBF, a Série B do Brasileiro definha. Comandada desde 2009 pela confederação, que a tirou da FBA (Futebol Brasil Associados), a segunda divisão sofre com uma queda de 41% no público pagante em relação ao ano passado. Até a 18ª rodada de 2010, a média é de 3.871 torcedores, menor do que a das partidas da Série C, que têm recebido 4.738 pagantes por partida. A falta de um dos grandes clubes nacionais na divisão de acesso é apontada como o principal motivo para a queda. Mas, comparados os números deste ano com os de 2007, quando houve situação idêntica, o tombo é ainda mais acentuado, de 46%. Mesmo clubes conhecidos por lotarem seus estádios, independentemente da divisão em que estejam, como o Bahia e o Sport, têm visto suas arquibancadas mais vazias do que cheias, com média de só 12 mil torcedores por jogo. Números mais modestos do que os dos campeões de público da Série C, Fortaleza e Paysandu, que contam com 15 mil e 13 mil pagantes por partida, respectivamente. "Nós fizemos má campanha no início, mas acreditamos em melhora do público", diz o vice-presidente do Sport, Francisco Guerra. O distanciamento dos torcedores das arquibancadas se reflete nas finanças dos clubes. A renda, que no passado era de R$ 83 mil por jogo, agora é de R$ 47 mil. "Tivemos diminuição nas receitas. Nossa cota caiu pela metade", conta Guerra. "O Sport paga tudo rigorosamente em dia, mas a dificuldade é maior", afirma o vice-presidente do clube, rebaixado no ano passado. Até mesmo a paralisação durante a Copa do Mundo é apontada como vilã. Mas é outro argumento que se desmente. Em 2006, impulsionada pela presença do Atlético-MG, a média quase atingiu os 8.000 pagantes. Entre as 20 equipes que disputam a Série B, cinco não conseguiram nem mesmo alcançar os quatro dígitos de público. O Duque de Caxias tem a menor média, com irrisórios 291 pagantes por jogo. Na sexta rodada, o time da Baixada Fluminense jogou para apenas 32 torcedores na partida contra o América-RN. "Falta divulgação. Ela sumiu", critica José Neves Filho, ex-presidente da extinta FBA. "Na nossa época, tinha mais motivação. Fazíamos premiações e seleções do campeonato", lembra. "Sem isso, não se tem retorno financeiro", completa Neves, que perdeu a gerência da competição em decisão unilateral da CBF, que buscava maiores poderes. "Eu tenho ajudado alguns clubes em busca de patrocínios. Sempre foi difícil, mas este ano está ainda mais", aponta o ex-dirigente. Procurada pela reportagem, a CBF não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição.
Da Folha de São Paulo
Da Folha de São Paulo
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