Confira a entrevista concedida pelo dirigente Ricardo Bezerra ao jornal Tribuna do Norte, edição deste domingo de páscoa. Confira na íntegra:
Sempre após as rodadas, a direção americana se reúne. O que é tratado?
Vários assuntos são discutidos. Ultimamente estamos tentando buscar um equilíbrio maior, por tudo que o clube vem passando nesse início de temporada. Agora, estamos trabalhando para o início da série B. Mas, isso não quer dizer que jogamos a toalha no estadual.
Falando em série B... como estão as negociações com jogadores e principalmente com os técnicos? Os nomes de Roberval Davino, Ruy Scarpino e Gilson Kleina são os favoritos?
Estamos conversando não só com esses nomes citados. Mas, sempre existem aqueles que são mais lembrados. O Gilson (Kleina), é um ótimo treinador, mas no momento a vinda dele é complicada, já que ele está desenvolvendo um grande trabalho no Ipatinga, de Minas Gerais. O Ruy Scarpino também vem realizando um ótimo trabalho no São Bernardo, na série A-2 do campeonato Paulista, tirando o time da zona de rebaixamento e conseguindo a classificação para as semifinais. Tem também o Roberval Davino, o Ferdinando Teixeira, mas tudo ainda é na base da especulação. Mas, estamos trabalhando e nos adiantando em relação a contratação do novo treinador.
O ABC decidiu contratar um treinador desconhecido para o restante do campeonato e a série C, e, vem dando certo. O América não pensa em trazer um nome diferente do que os de costume?
O América apostou em 2009 com Guilherme Macuglia, no estadual, já que nesse tipo de competição fica mais fácil de apostar em um treinador desconhecido. Mas, na série B, um campeonato mais disputado, não queremos fazer esse tipo de aposta. É mais um item que pode dar errado. Não que não existam grande treinadores que ainda não passaram por aqui. Mas, estamos procurando um treinador que conheça o América. Não necessariamente tenha trabalhando aqui, mas que saiba da importância do clube, que conheça os dirigentes. Um item importantíssimo é que ele tenha vivência de série B. Que já tenha comandado algum time nessa competição, que é muito peculiar, difícil e longa. Estamos indo por esse caminho. Muito provavelmente, teremos um treinador com esse perfil.
Um perfil linha dura ou um treinador mais amigo dos jogadores?
Esse quesito não é importante. Temos que trazer um treinador que saiba conviver com os jogadores. Um treinador que não se impõe não nos interessaria. Mas, tem que ser aberto ao diálogo. Principalmente em uma competição tão longa como a série B do Brasileiro.
O nome de Ferdinando Teixeira foi o grande causador da briga envolvendo o presidente do América, José Maria Figueiredo e o dirigente Alex Padang. Esse problema já está superado?
Ser dirigente de futebol é complicado. A pessoa convive com um desgaste permanente. Tem que abrir mão da família, dos seus negócios e isso vai desgastando o ser humano. Quanto mais tempo você passa nesse meio do futebol, mas suscetível você está para criar novas amizades e vice-versa. Existe um desgaste natural entre treinador e dirigente, dirigente e atleta, atleta é treinador. Isso é normal. Mas, na hora de escolher um treinador isso pesa, porque é importante começar um trabalho com um bom relacionamento entre todos os setores do clube. Acho que falta pouco para esse assunto ser superado. Conheço os dois (José Maria e Alex), são pessoas de um caráter muito forte, mas são pessoas corretas, bons profissionais. Como o futebol é movido pela emoção, é normal que desavenças assim aconteçam. Como Ferdinando Teixeira passou algumas vezes pelo América, é normal que esse desgaste tenha acontecido.
Como essa situação chegou a esse ponto?
Essas desavenças são comuns em clubes de futebol. Mas, o grande problema é que nos clubes, não acontecem renovações na direção. Essa é uma preocupação que estamos tendo no América, com a formatação do Conselho de Futebol, que seus integrantes vão passar a ser conselheiros do clube , exatamente para trazermos mais gente para o clube, para que aconteça essa renovação. Mas, para evitar que problemas dessa natureza aconteçam de novo, é necessário que alguém chegue e chame as partes para uma conversa séria, franca, para que tudo se resolva, sem que o América saia prejudicado.
Mas, o nome de Ferdinando Teixeira está descartado?
Não preciso dizer que Ferdinando é um treinador vitorioso dentro do nosso futebol. Conheço Ferdinando antes dele treinar o América, já que participei de Jogos Universitários e ele já era treinador. Ferdinando é uma pessoa de caráter, bom treinador, conhecedor de futebol, que conhece o América, mas, realmente, essa questão de Alex Padang pesa, isso atrapalha um pouco. Mas, isso não acontece só com o nome de Ferdinando. Já deixamos de acertar com outros treinadores por situações semelhantes. Futebol tem isso.
É verdade que Jackson (que disputou a série B de 2009 pelo América) foi contratado?
Não. Conversando com Paulinho Freire, Jackson ficou surpreso com a notícia que foi divulgada de que ele tinha vindo a Natal para acertar com o América. Isso não aconteceu. Mas isso não quer dizer que o clube não tenha interesse no jogador. Muito pelo contrário. Estamos sempre em contato com o atleta. A família dele gostou muito de Natal, ele gostou muito do clube, fez grandes amizades aqui e o América gostou muito do trabalho apresentado por ele, como profissional, sua postura tanto dentro, como fora de campo. quando defendeu o clube. Mas, o grande problema é a questão salarial. Ele se destacou no América, assim como o Somália e outros, e isso fez com que seu patamar salarial subisse. Mas, estamos tentando chegar nesse acordo salarial para que ele possa vestir a camisa do clube novamente.
Como a direção do clube está pensando em montar o time para a série B? Vai investir pesado para brigar para subir, ou o time será mais modesto?
Isso vai de encontro ao perfil do treinador que será contratado. Queremos alguém que esteja de olho no mercado. Que saiba indicar jogadores e que também saiba analisar as indicações de toda direção americana. O América vai ter que se desdobrar para montar um time competitiva na série B. Nosso clube deve ser o de menor poder financeiro de toda segunda divisão, até mesmo pela situação do futebol no nosso estado. Só como exemplo, o estado de Pernambuco, que vai ser representado por Náutico e Sport, tem condição de investir muito mais do que o América. Vamos para uma luta muito desigual. Isso é uma realidade. E temos que lutar dentro dessa realidade. Mas, estamos tranquilos. Quando o América subiu para a primeira divisão, não tínhamos um plantel caro. E é aí que estamos trabalhando, com muito critério. A torcida não entende que não podemos nos endividar no estadual e montar um time caro, já pensando no brasileiro. No campeonato estadual, a folha salarial tem que ser 30, 40% da que vai ser paga na série B. Mas, os torcedores querem que o time já seja de série B no estadual e isso não é possível.
A direção americana traçou um perfil do tipo de jogador para ser contratado?
Temos que trazer jogadores com perfil de série B, que tenham qualidade, mas que saibam jogar a competição. Atletas que tenham um bom comportamento, que briguem em campo, que queiram jogar. Temos que montar bem esse grupo. Com jogadores que se completem. Mas, temos que fazer isso com uma folha barata e vamos conseguir. Graças a Deus temos uma credibilidade muito grande no mercado, em relação a pagamentos e isso faz que os jogadores venham para cá com mais tranquilidade. Independente da situação do América dentro da competição, sempre pagamos em dia, e isso pesa muito. Por isso temos uma maior facilidade para contratar jogadores. Mas, não podemos extrapolar. Temos que fazer uma folha salarial que possamos honrar no final do mês. Se você analisar, a maioria dos clubes que foram rebaixados estavam com os salários atrasados.
O pensamento da direção é fazer uma mudança profunda nesse elenco, para a série B do Brasileiro?
Nosso elenco não é ruim, se você for analisar. Mas, lógico que vamos fazer uma reformulação, mas não será grande. Nosso elenco é muito reduzido. Queremos ter cerca de 26 jogadores no elenco, e para isso precisamos contratar mais uns seis, sete jogadores, para início da série B. Existem algumas posições mais carentes e vamos tentar suprir essas deficiências, com jogadores de qualidade.
O que aconteceu com o América neste Estadual? Antes do início da competição, o time era considerado o favorito, mas, não foi isso que se viu dentro de campo.
O grande problema foi a motivação. O foco na competição não estava existindo. A verdade é que os jogadores não ficam empolgados no início da competição, e quando as derrotas começam a aparecer, a cobrança é natural e o ambiente fica muito difícil. A pressão dá uma intranquilidade e se o resultado não vem, a torcida começa a cobrar no estádio e o time adversário começa a tirar proveito dessa situação. Como? No caso do estadual, as equipes jogam todas retrancadas, dificultando os jogos para nosso time, e os atletas ficavam intranquilos, desesperados, sem conseguir o resultado. E, por tudo que aconteceu nos últimos anos, a nossa torcida está muito impaciente. E se forma uma pressão muito grande. Isso foi o fator que determinou a saída de Paulo Moroni do comando do América. A direção poderia ter esperado um pouco mais para trocar de técnico. Mas, a pressão estava muito grande por parte dos torcedores. Uma hora, você tem que mudar alguma coisa. E sobre sempre para o treinador. Mas, tem vezes que tomamos certas decisões tomadas pela emoção, que quando você esfria a cabeça, percebe que cometeu um erro.
A volta de Diá ao comando do América foi prematura?
Na minha opinião, poderíamos ter esperado um pouco mais. Mas, como confiávamos muito no trabalho dele, que fez um grande papel comandando o América na reta final da série B, pensamos em agilizar rápido sua contratação. Infelizmente futebol é resultado. Aconteceu a perda da final do primeiro turno do estadual e logo em seguida, a eliminação, que ninguém esperava, da Copa do Brasil. E isso teve um reflexo muito grande no treinador, e ainda no gramado, disse que não ficaria mais no comando do América. O clima estava muito pesado. A torcida do América, por tudo que o time fez nos últimos 20 anos, disputando a série A, sendo campeão da Copa do Nordeste, está muito exigente.
A falta de títulos dificulta ainda mais essa relação time/torcida?
Dificulta, já que a cobrança fica maior. Estamos passando esse problema, que todos os times passam. A cobrança de um time que está na série A ou na B do Brasileiro, no estadual, é muito grande. Temos que achar esse equilíbrio entre essas disputas. Não podemos montar um time de série B, para a disputa do estadual. É impossível. Temos que arranjar outras receitas para poder montar um time forte já no estadual. E, outro problema é a pouca visibilidade do nosso campeonato. Se eu tivesse um filho, um sobrinho, de 20 anos, que fosse jogador de futebol do América, quando acabasse a série B, diria para ele ir jogar no eixo sul-sudeste do Brasil, para conseguir se destacar.
Existe alguma conversa entre o América e Souza, para ele se envolver mais com o time?
Souza é o maior jogador da história do América, e o clube sempre vai estar com as portas abertas para ele. Sempre conversamos com ele, e para saber suas opiniões. Souza ainda está se organizando, já que deixou de jogar futebol há pouco tempo e está analisando algumas propostas, como coordenar as categorias de base do América. Souza pode ser o que quiser no clube.
Essa situação de interino efetivo de Moura no comando do time, não pode desmotivar o profissional?
Não creio que Moura se sinta desprestigiado. Ele sabe da importância que tem no clube, a moral com os jogadores. Mas, até então, nunca tínhamos enxergado em Moura um treinador de futebol e ele também nunca tinha demonstrado interesse em ser técnico. Mas, com os últimos acontecimentos, ele quer seguir essa carreira, e vamos investir. Estamos mantendo contatos com profissionais de outros clubes do Brasil para que Moura possa fazer uma espécie de estágio com outros treinadores para se aperfeiçoar ainda mais na profissão.
O que a torcida pode esperar do América daqui para frente?
O torcedor sabe que a camisa do América pesa muito forte. Em 2005, nosso time não tinha conseguido se classificar para a segunda fase da série C do Brasileiro, e graças às irregularidades no Nacional de Patos/PB, nosso time herdou a vaga e fez uma grande campanha, conseguindo o acesso a série B. Em 2006, foi a mesma situação. Chegamos na última rodada precisando de um resultado contra o Atlético/MG, no Mineirão, e conseguimos. Essa camisa é muito forte. O torcedor pode ficar tranqüilo, que na série B o América vai fazer um belo campeonato. A direção está trabalhando para isso.
Vários assuntos são discutidos. Ultimamente estamos tentando buscar um equilíbrio maior, por tudo que o clube vem passando nesse início de temporada. Agora, estamos trabalhando para o início da série B. Mas, isso não quer dizer que jogamos a toalha no estadual.
Falando em série B... como estão as negociações com jogadores e principalmente com os técnicos? Os nomes de Roberval Davino, Ruy Scarpino e Gilson Kleina são os favoritos?
Estamos conversando não só com esses nomes citados. Mas, sempre existem aqueles que são mais lembrados. O Gilson (Kleina), é um ótimo treinador, mas no momento a vinda dele é complicada, já que ele está desenvolvendo um grande trabalho no Ipatinga, de Minas Gerais. O Ruy Scarpino também vem realizando um ótimo trabalho no São Bernardo, na série A-2 do campeonato Paulista, tirando o time da zona de rebaixamento e conseguindo a classificação para as semifinais. Tem também o Roberval Davino, o Ferdinando Teixeira, mas tudo ainda é na base da especulação. Mas, estamos trabalhando e nos adiantando em relação a contratação do novo treinador.
O ABC decidiu contratar um treinador desconhecido para o restante do campeonato e a série C, e, vem dando certo. O América não pensa em trazer um nome diferente do que os de costume?
O América apostou em 2009 com Guilherme Macuglia, no estadual, já que nesse tipo de competição fica mais fácil de apostar em um treinador desconhecido. Mas, na série B, um campeonato mais disputado, não queremos fazer esse tipo de aposta. É mais um item que pode dar errado. Não que não existam grande treinadores que ainda não passaram por aqui. Mas, estamos procurando um treinador que conheça o América. Não necessariamente tenha trabalhando aqui, mas que saiba da importância do clube, que conheça os dirigentes. Um item importantíssimo é que ele tenha vivência de série B. Que já tenha comandado algum time nessa competição, que é muito peculiar, difícil e longa. Estamos indo por esse caminho. Muito provavelmente, teremos um treinador com esse perfil.
Um perfil linha dura ou um treinador mais amigo dos jogadores?
Esse quesito não é importante. Temos que trazer um treinador que saiba conviver com os jogadores. Um treinador que não se impõe não nos interessaria. Mas, tem que ser aberto ao diálogo. Principalmente em uma competição tão longa como a série B do Brasileiro.
O nome de Ferdinando Teixeira foi o grande causador da briga envolvendo o presidente do América, José Maria Figueiredo e o dirigente Alex Padang. Esse problema já está superado?
Ser dirigente de futebol é complicado. A pessoa convive com um desgaste permanente. Tem que abrir mão da família, dos seus negócios e isso vai desgastando o ser humano. Quanto mais tempo você passa nesse meio do futebol, mas suscetível você está para criar novas amizades e vice-versa. Existe um desgaste natural entre treinador e dirigente, dirigente e atleta, atleta é treinador. Isso é normal. Mas, na hora de escolher um treinador isso pesa, porque é importante começar um trabalho com um bom relacionamento entre todos os setores do clube. Acho que falta pouco para esse assunto ser superado. Conheço os dois (José Maria e Alex), são pessoas de um caráter muito forte, mas são pessoas corretas, bons profissionais. Como o futebol é movido pela emoção, é normal que desavenças assim aconteçam. Como Ferdinando Teixeira passou algumas vezes pelo América, é normal que esse desgaste tenha acontecido.
Como essa situação chegou a esse ponto?
Essas desavenças são comuns em clubes de futebol. Mas, o grande problema é que nos clubes, não acontecem renovações na direção. Essa é uma preocupação que estamos tendo no América, com a formatação do Conselho de Futebol, que seus integrantes vão passar a ser conselheiros do clube , exatamente para trazermos mais gente para o clube, para que aconteça essa renovação. Mas, para evitar que problemas dessa natureza aconteçam de novo, é necessário que alguém chegue e chame as partes para uma conversa séria, franca, para que tudo se resolva, sem que o América saia prejudicado.
Mas, o nome de Ferdinando Teixeira está descartado?
Não preciso dizer que Ferdinando é um treinador vitorioso dentro do nosso futebol. Conheço Ferdinando antes dele treinar o América, já que participei de Jogos Universitários e ele já era treinador. Ferdinando é uma pessoa de caráter, bom treinador, conhecedor de futebol, que conhece o América, mas, realmente, essa questão de Alex Padang pesa, isso atrapalha um pouco. Mas, isso não acontece só com o nome de Ferdinando. Já deixamos de acertar com outros treinadores por situações semelhantes. Futebol tem isso.
É verdade que Jackson (que disputou a série B de 2009 pelo América) foi contratado?
Não. Conversando com Paulinho Freire, Jackson ficou surpreso com a notícia que foi divulgada de que ele tinha vindo a Natal para acertar com o América. Isso não aconteceu. Mas isso não quer dizer que o clube não tenha interesse no jogador. Muito pelo contrário. Estamos sempre em contato com o atleta. A família dele gostou muito de Natal, ele gostou muito do clube, fez grandes amizades aqui e o América gostou muito do trabalho apresentado por ele, como profissional, sua postura tanto dentro, como fora de campo. quando defendeu o clube. Mas, o grande problema é a questão salarial. Ele se destacou no América, assim como o Somália e outros, e isso fez com que seu patamar salarial subisse. Mas, estamos tentando chegar nesse acordo salarial para que ele possa vestir a camisa do clube novamente.
Como a direção do clube está pensando em montar o time para a série B? Vai investir pesado para brigar para subir, ou o time será mais modesto?
Isso vai de encontro ao perfil do treinador que será contratado. Queremos alguém que esteja de olho no mercado. Que saiba indicar jogadores e que também saiba analisar as indicações de toda direção americana. O América vai ter que se desdobrar para montar um time competitiva na série B. Nosso clube deve ser o de menor poder financeiro de toda segunda divisão, até mesmo pela situação do futebol no nosso estado. Só como exemplo, o estado de Pernambuco, que vai ser representado por Náutico e Sport, tem condição de investir muito mais do que o América. Vamos para uma luta muito desigual. Isso é uma realidade. E temos que lutar dentro dessa realidade. Mas, estamos tranquilos. Quando o América subiu para a primeira divisão, não tínhamos um plantel caro. E é aí que estamos trabalhando, com muito critério. A torcida não entende que não podemos nos endividar no estadual e montar um time caro, já pensando no brasileiro. No campeonato estadual, a folha salarial tem que ser 30, 40% da que vai ser paga na série B. Mas, os torcedores querem que o time já seja de série B no estadual e isso não é possível.
A direção americana traçou um perfil do tipo de jogador para ser contratado?
Temos que trazer jogadores com perfil de série B, que tenham qualidade, mas que saibam jogar a competição. Atletas que tenham um bom comportamento, que briguem em campo, que queiram jogar. Temos que montar bem esse grupo. Com jogadores que se completem. Mas, temos que fazer isso com uma folha barata e vamos conseguir. Graças a Deus temos uma credibilidade muito grande no mercado, em relação a pagamentos e isso faz que os jogadores venham para cá com mais tranquilidade. Independente da situação do América dentro da competição, sempre pagamos em dia, e isso pesa muito. Por isso temos uma maior facilidade para contratar jogadores. Mas, não podemos extrapolar. Temos que fazer uma folha salarial que possamos honrar no final do mês. Se você analisar, a maioria dos clubes que foram rebaixados estavam com os salários atrasados.
O pensamento da direção é fazer uma mudança profunda nesse elenco, para a série B do Brasileiro?
Nosso elenco não é ruim, se você for analisar. Mas, lógico que vamos fazer uma reformulação, mas não será grande. Nosso elenco é muito reduzido. Queremos ter cerca de 26 jogadores no elenco, e para isso precisamos contratar mais uns seis, sete jogadores, para início da série B. Existem algumas posições mais carentes e vamos tentar suprir essas deficiências, com jogadores de qualidade.
O que aconteceu com o América neste Estadual? Antes do início da competição, o time era considerado o favorito, mas, não foi isso que se viu dentro de campo.
O grande problema foi a motivação. O foco na competição não estava existindo. A verdade é que os jogadores não ficam empolgados no início da competição, e quando as derrotas começam a aparecer, a cobrança é natural e o ambiente fica muito difícil. A pressão dá uma intranquilidade e se o resultado não vem, a torcida começa a cobrar no estádio e o time adversário começa a tirar proveito dessa situação. Como? No caso do estadual, as equipes jogam todas retrancadas, dificultando os jogos para nosso time, e os atletas ficavam intranquilos, desesperados, sem conseguir o resultado. E, por tudo que aconteceu nos últimos anos, a nossa torcida está muito impaciente. E se forma uma pressão muito grande. Isso foi o fator que determinou a saída de Paulo Moroni do comando do América. A direção poderia ter esperado um pouco mais para trocar de técnico. Mas, a pressão estava muito grande por parte dos torcedores. Uma hora, você tem que mudar alguma coisa. E sobre sempre para o treinador. Mas, tem vezes que tomamos certas decisões tomadas pela emoção, que quando você esfria a cabeça, percebe que cometeu um erro.
A volta de Diá ao comando do América foi prematura?
Na minha opinião, poderíamos ter esperado um pouco mais. Mas, como confiávamos muito no trabalho dele, que fez um grande papel comandando o América na reta final da série B, pensamos em agilizar rápido sua contratação. Infelizmente futebol é resultado. Aconteceu a perda da final do primeiro turno do estadual e logo em seguida, a eliminação, que ninguém esperava, da Copa do Brasil. E isso teve um reflexo muito grande no treinador, e ainda no gramado, disse que não ficaria mais no comando do América. O clima estava muito pesado. A torcida do América, por tudo que o time fez nos últimos 20 anos, disputando a série A, sendo campeão da Copa do Nordeste, está muito exigente.
A falta de títulos dificulta ainda mais essa relação time/torcida?
Dificulta, já que a cobrança fica maior. Estamos passando esse problema, que todos os times passam. A cobrança de um time que está na série A ou na B do Brasileiro, no estadual, é muito grande. Temos que achar esse equilíbrio entre essas disputas. Não podemos montar um time de série B, para a disputa do estadual. É impossível. Temos que arranjar outras receitas para poder montar um time forte já no estadual. E, outro problema é a pouca visibilidade do nosso campeonato. Se eu tivesse um filho, um sobrinho, de 20 anos, que fosse jogador de futebol do América, quando acabasse a série B, diria para ele ir jogar no eixo sul-sudeste do Brasil, para conseguir se destacar.
Existe alguma conversa entre o América e Souza, para ele se envolver mais com o time?
Souza é o maior jogador da história do América, e o clube sempre vai estar com as portas abertas para ele. Sempre conversamos com ele, e para saber suas opiniões. Souza ainda está se organizando, já que deixou de jogar futebol há pouco tempo e está analisando algumas propostas, como coordenar as categorias de base do América. Souza pode ser o que quiser no clube.
Essa situação de interino efetivo de Moura no comando do time, não pode desmotivar o profissional?
Não creio que Moura se sinta desprestigiado. Ele sabe da importância que tem no clube, a moral com os jogadores. Mas, até então, nunca tínhamos enxergado em Moura um treinador de futebol e ele também nunca tinha demonstrado interesse em ser técnico. Mas, com os últimos acontecimentos, ele quer seguir essa carreira, e vamos investir. Estamos mantendo contatos com profissionais de outros clubes do Brasil para que Moura possa fazer uma espécie de estágio com outros treinadores para se aperfeiçoar ainda mais na profissão.
O que a torcida pode esperar do América daqui para frente?
O torcedor sabe que a camisa do América pesa muito forte. Em 2005, nosso time não tinha conseguido se classificar para a segunda fase da série C do Brasileiro, e graças às irregularidades no Nacional de Patos/PB, nosso time herdou a vaga e fez uma grande campanha, conseguindo o acesso a série B. Em 2006, foi a mesma situação. Chegamos na última rodada precisando de um resultado contra o Atlético/MG, no Mineirão, e conseguimos. Essa camisa é muito forte. O torcedor pode ficar tranqüilo, que na série B o América vai fazer um belo campeonato. A direção está trabalhando para isso.
4 comentários:
Ricardão é um cara cabeça , inteligente , educado , uma figura querida por todos ! E assim como todo o G-4 , é indiscutivelmente apaixonado pelo Mecão ! Mas cá prá nós , uma pergunta que não quer calar de jeito nenhum...Afora a Copa RN 2006 , não está na hora de conquistar mais algum título á frente do América , até para que o clube continue fazendo jus á projeção nacional que ostenta ? Eu já estou ficando com vergonha de disputar a Copa do Brasil pelo critério do Ranking...
Caro Sérgio,
Não conheço o Sr Ricardo Bezerra, por isso posso falar apenas como torcedor. Ele é um grande americano, que merece todo o nosso respeito. Não suporto as injustiças que ele e os demais membros do G-4 sofrem por causa de maia dúzia de malucos. Os caras deixam suas famílias, seus negócios e com certeza metem dinehiro dentro do clube e são criticados por uns caras que não tem "coragem" de gastar R$ 20,00 com um ingresso. Que DEUS possa iluminar os integarntes do G-4, pois se com eles a coisa tá feia, imaginem sem eles.
OSMAR
Ele passou claramente uma mensagem que já se nota há tempos, ano após ano: que clubes como o América, sem um patrocínio forte, recebendo uma das menores, senão a menor, fatia da cota financeira do Brasileirão e sem respaldo político de cima, tem de fazer uma escolha entre o estadual ou a Série B. Não dá pra investir maciçamente em ambas com essa realidade, de fato. Os clubes pequenos de todos os estados hoje se agigantam e toda partida hoje é uma guerra justamente por essa dedicação exclusiva a apenas uma competição, no caso o estadual. Me solidarizo com os dirigentes e os parabenizo pelo empenho, porque realmente manter um clube de futebol com essas limitações e essa desigualdade brutal é uma verdadeira guerra, pior que briga de foice.
ESSA É A REALIDADE DE QUALQUER CLUBE DO NORTE E NORDESTE, E DE ALGUNS DO CENTRO-OESTE. ATÉ OS CLUBES DE RECIFE ESTÃO PASSANDO POR ISSO, VISTO QUE O SPORT AGORA SÓ RECEBERÁ METADE DO RECEBIA DO CLUBE DOS 13.
Às vezes, penso até que o melhor para o América, para crescer como clube de futebol, seria abdicar deste estadual mesmo, pois a vaga na Copa do Brasil ele já temcpelo ranking da CBF, e subir posições neste ranking só é possível com campanhas satisfatórias nas Séries B e A e a nível internacional. Os únicos estaduais que somam bons pontos neste ranking são os do Sul/Sudeste. Senão me engano, nosso estadual só rende 1 ponto, e isso para o campeão. Se essa decisão fosse tomada por nossa diretoria, eu particularmente aceitaria de muito bom grado. E acho que isso deve ser levado em pauta ao final de 2010, caso permaneçamos na Série B.
Sugestão:
Destaques do Campeonato Potiguar que poderiam ser contratados pelo Mecão para disputar a Série B:
Josicley- volante- Assu;
Zé Maria- Atacante- Corinhtians de Caicó;
CACÁ-Atacante- Baraúnas;
Jackson-meia- Santa Cruz;
Célio- Zagueiro- Santa Cruz;
Gabriel Mineiro- Lat.Direito-Corinthians de Caicó.
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