Quando fez o teste para entrar no futebol amador do América, no ano de 1982, o jovem Romildo Freire de Lima, aos 17 anos, não imaginava que, 27 anos depois, estaria ele exercendo a função de auxiliar técnico do clube, sendo considerado o "braço direito" do treinador Francisco Diá. Pois é. O bom seguro zagueiro Romildo, que brilhou no alvirrubro e também pelo rival ABC, se orgulha em estar de volta ao clube que o revelou e ainda se emociona ao lembrar sua trajetória no futebol, cheia de idas e vindas entre Natal e Recife, onde também se destacou pelo Náutico. Ainda hoje, Romildo é lembrado por aqueles que acompanham o futebol potiguar como um dos melhores zagueiros da terrinha.
Tudo avançou de forma muita rápida na carreira de Romildo. Aos 17 anos fez o teste para o juvenil do América, então comandado por Basílio, que conhecia o futebol de Romildo de competições de bairros. Naquele ano de 1982, o América montou a equipe de juniores do Potyguar deCurrais Novos, prática comum naquela época.
Já na primeira partida pelo Potyguar, Romildo teve a dura missão de entrar quando o zagueiro titular da equipe foi expulso durante do jogo. Bastaram alguns minutos em campo para Romildo se destacar e ganhar a vaga definitiva entre os 11 da equipe curraisnovense. "Não me esqueço de um jogo importante que foi o clássico contra o ABC numa preliminar do jogo da Seleção Brasileira em Natal. Ganhamos por 1 a 0 com o Machadão lotado", se orgulha.
Aos 19 anos, quando se tornou profissional, teve início a andança de Romildo entre o América e Náutico. Foram anos revezando entre os dois clubes. No ano de 1988, o zagueiro conseguiu uma proeza para jogadores de futebol da época. Foi campeão estadual vestindo a camisa do América no primeiro semestre da temporada e, na segunda metade do ano, foi vice-campeão brasileiro no módulo amarelo pelo Náutico, que conseguiu o acesso à Série A, na época chamada de módulo verde. Foi devido a esse bom desempenho, que o jogador potiguar nascido em São José do Mipibu e criado no bairro de Cidade da Esperança, em Natal, teve o passe comprado pelo Náutico de Recife, 1989, agora definitivamente.
Foram dois anos na equipe recifense até Romildo sentir vontade de voltar a sua terra natal. Em 91 ele voltou emprestado ao América para ser campeão estadual, mas teve que retornar ao Timbu. "Deixei claro ao então presidente (do América) que queria voltar para Natal, mas ele esperou muito para ver se o Náutico baixava o preço do meu passe. Só que a direção do ABC não esperou e fui para o alvinegro (em 1992), onde passei sete anos e conquistei cinco títulos".
Romildo não demonstra muita alegria ao falar do alvinegro. Ele afirma que ainda tem um pouco de mágoa por ter sido mandado embora da equipe quando não atendia mais ao interesse do treinador. "No América não tive esse tipo de problema. Tenho uma paixão por esse clube desde pequeno, quando acompanhava os treinos. Estou muito feliz e satisfeito de ter voltado pra cá. É um sonho que está se realizando", completa.
Fonte: Diário de Natal
Fonte: Diário de Natal
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