Ao mesmo tempo que fechava patrocínio milionário com o Itaú neste ano, a CBF proporcionou um novo negócio ao banco, seu parceiro: o seguro dos torcedores nos jogos de competições nacionais. A remuneração é feita com desconto sobre a bilheteria dos clubes.
Pelos números de 2008, o seguro do torcedor rendeu em torno de R$ 1,7 milhão no ano, para um público de cerca de 11 milhões. A despesa para a empresa é pequena -acidentes fatais ou que provocam invalidez são raros, além de os custos operacionais serem baixos.
O Estatuto do Torcedor obriga a CBF a contratar um seguro para o torcedor. Não é especificado quem pagará pelo item.Mas a confederação sempre estabeleceu que ele fosse descontado da renda das partidas. Até o ano passado, a seguradora do Brasileiro (e da Copa do Brasil) era a Excelsior, de Recife.
"Há cinco ou seis anos fomos convocados para uma tomada de preços. Desenvolvemos um produto que tinha preço mais baixo.
O contrato era renegociado ano a ano", contou o presidente da Excelsior, Múcio Novaes. "Foi uma decisão da CBF [interromper o contrato]. Nos comunicaram no final do ano passado. Foi com antecedência, dentro do contrato.
"Desta vez, a confederação não fez concorrência. Segundo a assessoria da CBF, a escolha da nova seguradora fez parte da negociação do contrato de patrocínio com o Itaú. O banco também assumirá o pagamento de funcionários, entre outras operações da entidade.
Pelo contrato, a confederação recebe US$ 15 milhões (R$ 31,8 milhões) por ano. Os clubes, porém, não recebem nenhum repasse da confederação. Na atual temporada, a CBF não dá ajuda financeira nem à Série C. A tabela teve até de ser modificada para aumentar a regionalização e, assim, torná-la viável do ponto vista financeiro.
Mas é da bilheteria dos clubes que sai o dinheiro para pagar a Itaú Seguros. São descontados R$ 0,15 de cada ingresso dos Brasileiros das séries A, B e C, além da Copa do Brasil.Em troca, o banco pagará R$ 25 mil para a família do torcedor em caso de morte. Para casos de invalidez, a indenização é de R$ 20 mil. Todos os valores, tanto dos descontos quanto das indenizações, eram iguais em 2008, com a Excelsior.
A seguradora pernambucana não soube precisar o número de casos nos últimos anos. Mas sua diretoria confirmou que não foram muitas vítimas."Teve um caso no Pará no ano passado. E os da Bahia, em 2007 [sete pessoas morreram com a queda de parte da Fonte Nova]", contou Novaes, que disse ter pago as vítimas da tragédia em Salvador. "A apólice era rentável. Os custos operacionais não eram altos.
"Levantamento da Folha em borderôs Campeonato Paulista mostra que, a princípio, o seguro é bem mais barato do que o cobrado nas competições da CBF. O desconto é de apenas R$ 0,024 por torcedor no estádio, sem especificação da cobertura do seguro e a indenização. Questionado pela reportagem, o Itaú não quis comentar.
Fonte: Folha de São Paulo
8 de mai. de 2009
CBF ajuda Itaú com dinheiro dos clubes
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